VIA MARIANA 19
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* Quem nunca subiu a uma árvore não sabe o tamanho da Floresta*
*29Jul19 - Braga- Mosteiro do Bom Jesus-Sameiro-Cascata Portela Homem-Soajo
100km*
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domingo, 30 de setembro de 2007
EXTREME em Sintra 29-9-07
Foi Extreme do principio ao FIM.
Até o tempo esteve EXTREME.
Como faço parte da (des)Organização, não me vou alongar no rescaldo deixando aos AMIGOS com quem pudemos partilhar este percurso o prazer de relatarem em primeira mão.
Penso que tudo correu razoavelmente bem, tendo apenas o São Pedro pregado uma partida de muito mau gosto, que Obrigou ao Encurtamente da Voltinha, e a um final menos agradavel á Chuva e ao Frio.
Espero que o FRED e o BIKER666 tenham chegado bem a casa, pois eles ainda tiveram de ir a pedalar para o Algueirão debaixo de muita chuva e Frio....sem Impermeaveis (Eles como eu não esperavam que a coisa ficasse tão agreste.)
Havemos de repetir esta brincadeira com mais umas subidinhas pelo meio para fazer os 3000metros de acumulado, lá para a primavera...altura em que os estradões estarão todos sulcados, e cheios de calhau, o que aumentará substâncialmente a dificuldade técnica.
Agora já sabem, quando quiserem uns empenos porreiros, é só vir aos treinos com o DID, FRED, e BIKER, Estes Homens são umas Makinas e as Médias com eles são de 14/15KM/H quando eu estou, ou 18 quando é o FRED e o BIKER (Segundo rezam as lendas)
Aqui Fica o Video
E Para Mais RELATOS
terça-feira, 25 de setembro de 2007
[EXTREME - SINTRA] - 29 de Setembro de 2007
Ora cá Está o Gráfico de Altimetria Final do Extreme!
A Altimetria não é aquela que estavamos á espera (3000m), mas não se deixem enganar...é de facto uma tareia!
Para os Insatisfeitos podemos pensar em atingir os 3000m noutra edição, mas dado o facto de actualmente ficar de noite relativamente cedo, não nos quisemos esticar, e mesmo assim preparem-se para algo para o Puxadote.
sábado, 8 de setembro de 2007
Viagem A Gerês
Para Poupar uns Trocos, fomos a meias...eu e o Sergio, para participar no Extreme do Xurês.
Foram 4 dias em que não paramos nem um segundo, onde tivemos oportunidade de conhecer uma das zonas mais belas e esplendorosas de Portugal.
Aqui fica o Relato desses dias, retirado do relato do Sérgio...pois não o fiz.
Diário das Minhas Férias
Caros projectistas, este ano decidi tirar férias de 30AGO a 17SET quase exclusivamente para pedalar . No dia 1 farei a maratona Extreme Xûres/Gerês, passarei pela Zona Centro do País (Sicó e PNSAC) e depois rumo mais a Sul a Albufeira onde espero pedalar com os nossos amigos "marafados" de Mem Moniz, Albufeira e arredores. No regresso a casa (T.Vedras) acabo este périplo pelo nosso lindo País com a maratona de Penedo Gordo (15SET) onde sei ir encontrar muitos de vós .
Resumidamente aqui vai o meu relato diário:
Ahhhhhhhhh! nesta primeira semana de férias terei por companhia o pguedes que alinhou nesta "insanidade" do Extreme bem como nos passeios/voltas que se seguem.
DIA 30 de AGOSTO - Ultimo treino e preparativos
Este dia foi reservado para o último treino antes do Extreme, e para preparação final decidi fazer uns “kilometrozitos” em estrada, algo que há semanas andava a pensar, sair de casa a 3km de T.Vedras em direcção ao Cadaval por uma estrada secundária pouco movimentada e depois contornar o Montejunto em direcção a Abrigada/Alenquer com regresso final pela mesma estrada.
Estudado no “Gogle Earth” esta volta dava cerca de 80km e assim foi, sai pelas 09h30 e terminei pelas 13h00 com o sentimento de missão cumprida, ou seja terminara a preparação possível para o Extreme em que durante 4 semanas fiz perto de 900kms, Muitos deles de noite e a maioria em estrada com passagens frequentes pelo alto do Montejunto.
Agora podia aspirar a chegar ao fim desta tirada que alguns (os que já a fizeram) classificam como a maratona mais dura do país, embora para mim este evento devido à localização geográfica do percurso e logística seja um evento mais Espanhol que Português, pese embora o Staff ser minoritariamente "Tuga".
Neste dia fizeram-se ainda os prepararativos logísticos para a 1ª parte das férias pois lá para dia 4 ou 5 devo passar uns dias em casa, só seguindo rumo aos “Allgarves” lá para 9 ou 10. Enfim sacos e mais sacos com luzes (nocturnas se esperam em Valado de Frades e Alfarelos, bem como em Albufeira) equipamentos vários, barras, etc... enfim vocês sabem bem a tralha toda com que temos andar para fazer uma simples maratona, quanto mais cerca de 1 semana seguida de voltas/empenos.
DIA 31 AGOSTO - A viagem e chegada a Lobios e o 1º jantar de amigos
A viagem estava programada para se iniciar pelas 08h00 mas como sempre o Guedes lá se atrasou e já era bem perto das 09h00 quando rumamos a norte. Sem stresses o objectivo era chegar ao Porto a horas de almoçar com um colega de curso e depois dar uma espreitadela ao redBull Air Race, no entanto apenas o 1º dos objectivos foi cumprido uma vez que pelos milhares de curiosos como nós que se deslocaram às margens do Douro seria quase impossível ver o espectáculo de perto pois o carro teria de ficar a kms do rio e com as bikes em cima, o que não era nada aconselhável, pelo que após o repasto seguimos em direcção a Braga e posteriormente à Vila do Gerês e a Lobios/Espanha.
Ahhhhh! Quase me esquecia, pelo caminho e à passagem por Valado de Frades e Alfarelos liguei aos meus amigos que dias depois me iriam receber, Pedro ramos e Girão e logo ficou alinhavada a agenda para os dias seguintes ao Extreme.
Com o Guedes no lugar do pendura e o carro atestado de tralhas lá chegamos ao Gerês e à parte Espanhola do parque onde se viria a desenrolar a maior parte desta maratona. Pelo caminho e sempre que nos lembramos o Guedes lá tirava umas fotos à paisagem com o “telele”.
À chegada a Lobios a primeira dificuldade, onde fica esse tal de pavilhão multiusos? Até que finalmente após voltas e mais voltas acabamos e depois de nos termos junto a um elemento da Fullsport (empresa que viria a fornecer o sistema de cronometragem para o evento) lá descobrimos o local, o qual ainda não se encontrava a receber os atletas, pelo que eu e o Guedes fomos iniciar a nossa busca por alojamento.
Depois de questionar uma pensão e ter verificado que provavelmente as restantes estariam igualmente lotadas, lá seguimos, Espanha a dentro em busca do tal parque de campismo anunciado no site da organização. Com o GPS do Guedes a funcionar, andamos cerca de 20kms e toca de voltar atrás que este não é o parque mencionado, esse ficava apenas a 7kms de Lobios. Regresso a Lobios, lanche, levantamento de dorsal, jersey, etc. e lá seguimos em direcção ao parque de campismo, onde nos disseram existirem bungalows. Chegados ao parque “Vina Grande” junto à localidade de Lantemil entramos, sem sequer fazer prova de identidade, pois o pai do dono, filho de Português, tratou-nos logo como se fossemos da casa.
Eis o Bungalow onde ficaríamos 2 noites.
Depois o 1º lanche a sério:
A esta hora já o Paulo Lopes e o Fernando (FM67) vinham a caminho e logo combinamos o local de encontro para o jantar junto ao secretariado.
Não me lembro a que horas chegaram nem a que horas jantamos, mas não me esqueço da ementa: Cogumelos e Moelas fritas de entrada e um lombo de porco com batata. Ao jantar a conversa dominante era o Extreme e as dificuldades vividas pelos dois experiementados naquelas andanças, Paulo e Fernado, já eu e o Guedes falamos dos treinos e da viagem.
Já tarde para descansar o suficiente lá regressamos ao parque, enquanto os dois companheiros seguiram para Rio Caldo onde ficaram alojados numa pensão, que viria a ser o nosso local de pernoita na 3ª noite.
Escusado será dizer que não dormi quase nada, o “ronco” do Guedes e os barulhos próprios de um camping mais a ansiedade que senti, deixaram-me dormir não mais de 3h e eis que amanhece e mesmo antes da hora combinada para despertar já estava em pé preparando-me para o Extreme, para espanto do Guedes.
DIA 1 SETEMBRO - O Real empeno, o 2º jantar de amigos e as insónias
O real empeno foi o Extreme, maratona de 116kms, realizada no parque natural Xûres/Gerês. Existiam mais duas distâncias de maratona com 62 e 85 kms para os menos preparados mas mesmo essas foram suficientemente duras para alguns participantes.
O Extreme é de facto de uma "brutalidade" tal que só fazendo para acreditar!
Ao Jantar (adiante falarei mais do jantar) o nosso Paulo "Deus" Lopes do BTT e o Fernando (FM67) diziam que para os outros (projectistas e amigos) é assim: "já fizeste o Extreme? Não! então cala-te que não sabes o que é uma maratona de BTT!" e "quem faz esta faz todas!" Não posso deixar de concordar com estas afirmações, mesmo desconhecendo ainda na prática a verdadeira dimensão do desgaste físico que uma maratona como Portalegre ou a Volta completa (já fiz a meia) ao Concelho de Mafra podem ter. Estas para mim, considerando os comentários de amigos que já participaram, são dois dos eventos mais duros do país. O Extreme esse passa a estar noutra dimensão!
Enfim por onde começar...bem pela partida pois claro, onde encontrei o Pedro Costa, o FM67 o Paulo Lopes e o Marco Monte. Ahhhh! ainda gritei timidamente "MiiiiiiiiiiX!" para ver se o mesmo se acusava no meio da multidão ávida de iniciar o pedaleio, mas a minha iniciativa não surtiu efeito.
Dos cerca de 116kms e das partes que mais me marcaram fica o relato do que me lembro:
À partida estavam os cerca de 260 praticantes (nº divulgado na véspera no secretariado) alinhados, e depois de um briefing que só os da frente ouviram pelas 10h03 Espanholas (09h03 de Portugal) lá seguimos.
Os primeiros kms um pouco do costume, abrandamentos nos locais mais complicados e muito, muito pó e eis que logo aos 2km toca de subir que é para aquecer! Daqui até aos 30km só me lembro do esforço que tive de fazer para passar alguns participantes, essencialmente nas subidas mais técnicas e em cujas a largura do trilho era mais diminuta, o esforço para dar aquelas 5 ou 6 pedaladas mais fortes de forma a passar era realmente grande.
Aqui também me "perdi" numa zona técnica a subir em single, no final virei à direita atrás de um grupo de três sem reparar que do lado esquerdo um pouco mais à frente estava uma fita e lá fomos os 4 subir, subir, subir, logo pelo meio de cardos (escusado será dizer que braços e pernas ficaram logo cravejados de arranhadelas e marcas de sangue) foi cerca de 1km até que "é pá!" aqui não há marcas, voltemos para trás até à ultima fita que vimos" disse eu, "ok bora" responderam os outros e lá estava a tal fita que nos levava a uma descida e nós feito "Camelos" a subir no meio de cardos. A lição foi aprendida e dai em diante não segui ninguém sem confirmar as marcações. Chegado ao abastecimento dos 30kms (haviam 3 completos com fruta, água e barras, para além de variar depois entre os 3 mais algum complemento alimentar sólido e ou líquido, como iogurtes, coca-cola (acho que só no dos 90) e uns croissants (aos 30km). Parei em todos para abastecer de água mas quanto à comida só 1 laranja aos 60km pois ia munido com barras e gel para além de Isostar em pastilhas.
Entre os 30 e os 60km uma das partes mais bonitas e onde se andou mais ou menos. Nestes 30 kms acho que passei cerca de 40 participantes, alguns deles já visivelmente de rastos com os primeiros 30km. Contei as passagens até aos 30 e qualquer coisa, sempre ajudava a passar o tempo, mas depois perdi a conta quando para surpresa minha apanhei o nosso Paulo "Deus" Lopes e o Marco Monte, que tinham partido mais à frente, por volta dos 50km, enfim depois do que vi no Extreme de Albufeira/Arrábida em que penei a bom penar, tendo sido rebocado mais de 100 kms pelo nosso "Deus" só me apetece dizer: "andam a baldar-se aos treinos não é malandros!
No abastecimento dos 60kms (e já antes) a minha preocupação era se teria média suficiente para me deixarem passar no checkpoint dos 75kms e poder completar o Extreme sem ter de seguir pela alternativa dos 85km como se viria a verificar com a maioria dos participantes inscritos para o Extreme. Assim depois de reabastecer/refrescar o corpo antes de sair para a tal "subidita" com 12kms de extensão, sim 12kms! embora sempre em estradão com bom piso, quase sempre em Avózinha, alternado a espaços o prato do meio para levantar o "rabo" e esticar as pernas. Mas que saudades viria a ter mais à frente desta subida que classifico como para "tenrinhos" sim porque haveria bem pior!
Depois de chegar ao alto da serra e ao iniciar a descida em corta fogo serpenteando as encostas umas atrás de outras, só me apetecia gritar uma frase de uma música de Placebo "on top of the world is where i am!".
A meio sensivelmente desta parte descendente da serra que demorará cerca de 1h45 (média de 7 no máximo durante os tais 12 kms) o tal checkpoint, passei sempre a abrir mas começo a ouvir chamar e paro, afinal nem me viram o nº do dorsal e lá gritei 38! Depois mais descida em estradão e um episódio memorável. A certa altura passo por uma manada de cavalos selvagens e estes começam a galopar ao meu lado, um pouco adiante duas vacas (grandes como tudo) tal como os seus cornos, estáticas na berma, uma de cada lado, mas viradas para o centro da estrada, Ups! pensei eu, e agora, olha paro e contorno, não, não dá! é encosta escarpada de um lado e ravina do outro! … vrooom lá passou um participante sem "pestanejar" tal e qual como as vacas que nem se mexeram, ok se assim é lá vou eu! E fui até ao abastecimento dos 90km. Ahhhh! esta parte após a subida até aos 90 é lindíssima, fez-me lembrar o corta fogo do Montejunto mas com uma altitude 3 ou 4x superior bem como com uma extensão em kms bem superior.
No abastecimento dos 90kms encontrei um camarada que seguiu, eu lá fiquei e lavei as pernitas cansadas na fonte umas 3x, disse para ai umas 50 asneiras porque estava a começar com problemas respiratórios (devido ao pó e à descarga nasal com que passara o dia anterior e talvez com o calor e a altitude). Passados alguns minutos chegaria o último, até ali das “máquinas” do Extreme (acho que só acabaram 31), de nome Luís, mais conhecido por Bandeiras, tipo muito fixe lá dos lados de Castelo Branco, que viria a ser o meu companheiro de sofrimento quase até ao final. Foram duas subidas de "morrer" com gradientes enormes e muito técnicas que nos fizeram apear diversas vezes, a primeira logo a seguir ao abastecimento e a segunda mais à frente no meio de duas ravinas, mais parecia estarmos dentro de uma “garganta”, em que não corria aragem nenhuma.
Nesta parte começaram os problemas físicos a sério, estranhamente as pernas até se aguentaram, mas as cólicas (acho que a última barra que comi estava estragada devido ao calor, aliás nem a comi toda pois não me soube bem e dali em diante não comi mais nada apenas fui bebendo isostar e água enquanto houve) e os lombares comprimidos eram um óbice a que enfrentasse as subidas deveras inclinadas e cheias de pedra solta… enfim lá foram cerca de 20 kms com o Luís a dizermos mal das nossas vidas e a trocar impressões sobre o evento.
Uma das coisas que mais nos custou foi o facto de que após o abastecimento dos 60km só vimos gente aos 75 no checkpoint e aos 90 no abastecimento e nas quase 2 horas que estivemos juntos, nos confins do mundo, com algumas descidas bem perigosas pelo caminho, não vimos vivalma, nem uma das motos da organização (que tanto incomodaram com o cheiro a óleo e o pó nos primeiros kms), a "varrer" uma vez que éramos os últimos do Extreme. Enfim parece que os últimos não tem a mesma dignidade dos primeiros ou então pagam menos... enfim já me começo a habituar a isso e a me conformar que esta vida (de eventos com carácter competitivo) não é para mim, venham mas é Extremes e travessias projectistas!
Já cerca dos 110kms viria a separar-me do Luís pois no single descendente final e que era em parte comum a todos os percursos ou pelo menos aos 2 mais longos. Tal facto deveu-se a termos encontrado o reporter da Bike magazine com um furo no tubless, pelo que paramos e depois de constatar que era suficiente um de nós ficar, e como eu já conhecia o Pedro Pires, lá fiquei para ser orgulhosamente o último do extreme, ou antes o 31º de entre 260 participantes pois para mim vencer esta distância foi vencer todos os outros que se ficaram pelos 60 ou 85kms.
Depois de ajudar o Pedro que é um freerider por natureza e estava no percurso dos 85kms já visivelmente cansado, lá seguimos juntos no resto da descida tendo eu apenas nos kms finais acelerado o ritmo pois as pernas até estavam em amenas condições e já que era último queria sê-lo com estilo e terminar antes das 10h00 de prova e assim foi, com cerca de 09h57 terminei (tempo corrido foi só 8h51) tenho mesmo de não parar nos abastecimentos e ajudar menos, ou não!
No final ainda acabaria por me aborrecer, pois junto á meta já se arrumava tudo e nem mesmo à chegada de mais um participante deram atenção, tendo inclusivamente quase chocado com um miúdo que devia ser filho de alguém da organização que saiu de trás de outra pessoa para o meio da estrada já dentro da zona de meta, enfim foi a tal dignidade e respeito que faltou e falta em quase todo o lado, por aqueles que não são primeiros. Ainda deu para "chatear" um dos organizadores com o facto de não ter visto ninguém durante dezenas de kms, mesmo em zonas perigosas, ao que "hipócritamente" me respondeu: "estavam a controlar do alto do monte e amanhã terei o relatório todo, quem deitou papelinhos para o chão amanhã está tramado comigo". Enfim sem mais comentários!
Em resumo os aspectos a apontar à organização:
POSITIVOS:
- O desafio! é mesmo Extreme!
- O percurso, eu não me queixo da dureza, quem se queixou não sabia ao que vinha!
- As marcações. Só se perdeu quem se distraiu. É engraçado como no abastecimento dos 30km um dos elementos que se perdeu comigo, por sinal o que ia à frente, falava em 15 ou mais minutos de atraso e na má marcação, que provocaram o engano. Eu também fui com ele e… a marcação estava lá, o erro foi nosso, só nosso!
Agora porque não colocar uns sinaizinhos de perigo isto, perigo aquilo, nas zonas mais complicadas! E que tal ter um elemento no final de cada descida mais perigosa. Será que assinar o termo de responsabilidade é facto suficiente para a organização descurar a segurança dos participantes?
- Os abastecimentos: Bons e bem distribuídos, mas pelo preço do evento umas bebidas isotónicas não eram mal recebidas... as barras essas pouco calóricas mais valia não existirem!
NEGATIVOS:
- A falta de acompanhamento dos atletas na segunda metade da maratona. Não vi ninguém no final das descidas perigosas, nem na cauda do pelotão, género carro vassoura para evitar que alguém ficasse caído no percurso.
- O pouco respeito pelos últimos atletas a cruzar a meta, já com a organização mais preocupada em arrumar a tralha do que em receber os atletas, nem uma água ofereceram à chegada! Volto a salientar o episódio da criança que quase atropelei já na zona de meta! Isto não é profissional!
- O preço demasiado para o que se dá em troca. Por isso não admira apenas cerca de 260 participantes à partida quando um evento destes podia na boa ter 500 a 1.000 participantes. E não digam que é a dureza que os afasta, o 1º motivo é decerto financeiro pois à inscrição que é a mais cara de todas, pois falam de Portalegre em que 37€ paga evento, Jersey e Jantar, aqui 45€ deu só para os 1ºs dois.
- A falta de elementos da organização ou da policia nos atravessamentos de estrada em todo o percurso, pois nem um vi!
O 2º jantar de amigos teve lugar em Rio Caldo num simpático restaurante propriedade de portugueses.
A ementa? “Costeleton” pois claro que era tempo de recuperar as forças e carne, muita carne se impunha. Nesta zona de Espanha, bem como do lado de cá de Portugal junto à fronteira a carne é mesmo de outro mundo! Umas cervejinhas para acompanhar para uns e coca-cola e água para outros.
A conversa? Ahhhhhhhh! Pois extreme para aqui, extreme para acolá, blá, blá, blá! Se leram o meu resumo do dia já sabem quais os assuntos falados.
Depois da janta o regresso ao camping para mim e para o Guedes por volta da 1h00. O Guedes aterrou que nem um tordo e eu… bem eu durante cerca de 2h fiquei tipo estátua deitado de barriga para cima a pensar em… nada! Sim nada! Nestas duas horas de insónia não tive um único pensamento concreto, até que de repente e lá para as 3h da manhã, como que se o corpo tivesse revigorado com estas 2h de cama, comecei a reviver todo o dia do Extreme na minha cabeça, foi como que um “despertar” e a essa hora levantei-me, vesti o fato-treino! e… não! não fui correr ou pedalar, mas fui andar pelo camping e em redor da aldeia.
Após cerca de meia hora de passeio pedestre e de ter respirado o ar fresco da madrugada, sentei-me no carro, abri o portátil e toca de passar para texto os pensamentos tidos sobre o evento e em parte sobre o que já vivera nestas férias.
Cerca das 5h da manhã lá fiquei sem bateria no PC e finalmente fui dormir… até às 09h sensivelmente pois um passeio de BTT para esticar as pernas já tinha sido marcado de véspera com o vizinho do lado (o tenrinho esse não alinhou!).
Nota: Este texto é em grande parte cópia do reclado feito do evento!
DIA 2 SETEMBRO – A recuperação: BTT, passeio pedestre e termas
Pelas 09h ou um pouco mais tarde saio do bungalow e o meu vizinho já estava à minha espera. Ahhhhhhh! O vizinho era Amândio Norberto de seu nome e membro do clube de BTT “Leões do Sul” lá para os lados de Loulé penso eu! Este camarada tinha participado nos 85kms e estava tal como eu pronto para esticar as pernas. Pelo caminho e durante os cerca de 15kms em constante sobe e desce em alcatrão, onde passamos por Entrimo em direcção à fronteira portuguesa e voltamos ao parque, deu para ficar a saber que o nosso “biculas” também já pedalou com ele!
De regresso ao parque já o “tenrinho” estava na esplanada a tomar o pequeno almoço. Depois eu aprontei-me e lá seguimos para Rio Caldo para almoçar e passar a tarde de volta dos banhos de água quente.
Não me lembro do almoço, mas sei que estava de barriga cheia quando chegamos aos banhos, pelo que fomos andar em redor do rio e acabamos por passar junto a um dos locais de passagem da maratona.
Vimos as ruínas de uma vila romana e algum tempo depois lá nos deitamos junto à margem do rio. Este local é mesmo um paraíso, não foram as moscas sempre a chatear e tinha dormido uma bela “siesta” no relvado junto ás margens.
Depois da digestão feita… água “caliente” das termas seguida de fria do rio. Ao final da tarde de regresso ao camping, desta feita para um belo lanche, arrumar as malas, beber algo para a despedida e rumo à pensão onde o Paulo e o Fernando tinham ficado, pois era hora de dormir uma noite em condições.
De facto após o jantar, novamente no restaurante “portuga” em Rio Caldo e depois de um breve passeio pedestre para ajudar à digestão lá fomos para a pensão e desta feita fui eu que cai que nem um tordo!
DIA 3 SETEMBRO – O regresso a Portugal, o passeio de BTT no planalto (Castro Laboreiro), a viagem até Alfarelos e o tratamento do Girão.
Para o nosso regresso à pátria escolhemos (por sugestão do José, o dono do camping) seguir direito a Entrimo e direcção à Ameixoeira – Castro Laboreiro. Esta zona percorrida até Portugal é simplesmente linda!
E à chegada a Castro Laboreiro lá sacamos as bikes do carro e toca de pedalar, por sugestão de um local fomos em direcção ao planalto, trilho que acompanha do alto da serra a fronteira entre Portugal e Espanha. Depois de algumas dificuldades iniciais para dar com o trilho (sempre que questionávamos alguém dizia que estava estragado, não dava para nós!) lá demos com o dito e… bem espero que as fotos que o Guedes tirou façam jus ao sítio
Sós no meio do nada, apenas com cavalos selvagens e vacas por companhia! De facto como disse o Guedes até parecia que estávamos no “farwest”. Os trilhos, esses intercalavam zonas pedregosas com alguma dificuldade de progressão com estradões que convidavam a acelerações e as paisagens então, de cortar a respiração, só se viam montes e mais montes e flora silvestre.
Algures no meio desta imensidão uma manada de vacas teimosamente não se mexia do trilho e ao nosso aproximar ficaram inquietas, mugindo algumas delas e olhando para nós com ar ameaçador! O Guedes apeou e eu dizia, é melhor contornar senão não saímos daqui! Mas o teimoso (mais que a euribor!) insistiu e durante alguns minutos lá andamos nós a pé e as vacas sempre à nossa frente, até que definitivamente ficaram para trás. Ufa!
Depois mais trilhos até que chegamos a uma vedação que impedia a passagem, no entanto fizemo-nos de “parvos” e passamos até que fomos dar (após uma boa descida) a uma estradita de alcatrão e a uma aldeola. A opção aqui era perguntar onde estávamos e saber se ainda faltava muito para castro Laboreiro, mas o Guedes mais uma vez decidiu entrar por um trilho até que deu sem saída ou perto disso, pelo que voltei atrás e disse que ia perguntar na aldeia onde estávamos
Após algumas voltas sem ver ninguém lá nos cruzamos com uma Sr.ª que disse estarmos mesmo na aldeia de Castro Laboreiro e que a Vila era já em baixo, pelo que continuamos a descer até à vila, onde o almoço no restaurante de um amigo Português do José nos esperava antes de rumarmos mais a sul para visitar o Girão.
No final foram 31.47km em 2h10.41 à media de14.45km/h e tendo sido atingida a V.Max. de 60.04km/h (dados do meu conta km).
O Almoço por volta das 14h foi bom (Vitela no forno, regada com uma garrafita de Monte Velho) e ainda equipados a rigor fomos a atracção principal do restaurante onde os clientes (já poucos aquela hora) nos miravam
Depois de mais de meia-hora à espera do Guedes (fora largar lastro!) lá partimos para sul, mais uma vez para ficarmos espantados com a beleza desta parte de Portugal e com as possibilidades que ali existem para a prática de desportos de natureza. De Castro Laboreiro até Melgaço foram cerca de 26kms sempre a descer, sim sempre a descer, tenho a impressão que de bike nem era preciso pedalar. Eu cá só pensava, ora se descer isto deve ser que tal será subir?
Melgaço e depois? Bem uma paragem para os “recuerdos” da zona (vinho alvarinho).
Depois, bem... toca de andar que a aula de spinning do Girão começa às 19h00. Pelo meio uma pequena avaria no meu carro, fiquei repentinamente sem piscas e sem indicação de combustível, o que após uma paragem se verificou ser devido a um dos fusíveis ter dado as últimas. Menos mal pois este problema seria facilmente solucionado com a compra de outro fusível. De novo em viagem chegaríamos a Alfornelos pelas 17h30 e toca logo de “spinnar”
Foi a minha primeira aula de spinning e o que vos posso dizer? Bem gostei imenso e custou-me imenso também. Primeiro porque pedalar em pé com ténis normais fez-me doer as plantas dos pés e depois o calor da sala, mais parecia estarmos numa sauna, mas de facto adorei, suar assim, levar o coração a regimes que normalmente não vai, a música a estimular o “power” e a “transe” do Girão no comando da aula foi algo digno de registo, de facto este homem põe prazer/paixão em tudo o que faz!
Depois de cerca de 1h de aula toca de preparar de novo que vamos fazer uma nocturna em redor de Alfarelos, ok foram só mais cerca de 36 kms em 2h mas foi a 3ª vez que pedalamos nesse dia. Finalmente fiquei a conhecer um pouco de Montemor-o-Novo. Passamos no centro da vila e subimos ao castelo. Algumas voltas mais e lá descobrimos uma pastelaria para retemperar as energias com bolos e sandes.
Não me lembro das horas a que terminamos, mas depois deste dia já longo em actividades ainda fomos lanchar de novo na casa do Girão e beber umas cervejolas pois claro e acabamos a noite no sofá a ver os jogos olímpicos de XC, deviam ser para ai umas 3 ou 4 da manhã quando nos deitamos
DIA 4 SETEMBRO – A viagem até Valado de Frades com passagem por Óbidos (visita ao Funride) o passeio com o gang a o jantar e o regresso a casa.
Pelas 08h de terça-feira lá estava o Girão no ginásio onde pernoitamos, como se tivesse dormido a noite toda, fresquinho para o seu primeiro dia de trabalho depois das férias e nós a custo lá nos levantámos, arrumamos a tralha e seguimos mais tarde destino até Valado de Frades
Como tínhamos o dia todo para chegar a Valado (o Gang só após as 18h estaria à nossa espera) seguimos vias alternativas à auto-estrada e decidimos ir visitar o Funride a Óbidos. Pelo caminho parámos para almoçar, fomos ao cabo??? (não me lembro do nome) e andamos ás voltas na Figueira da Foz, ainda equacionamos pedalar junto às praias, na ciclovia ali existente, mas afinal não tínhamos assim tanto tempo, pelo que seguimos viagem.
A próxima paragem foi na casa do Funride, localizada junto à lagoa de Óbidos e onde se respira um ar de paz e tranquilidade. O amigo Ricardo lá nos recebeu, falamos durante algum tempo, constatamos as suas dificuldades e lá o tentamos animar. Amigo por mais triste e escuro que esteja o teu horizonte agora, uma coisa é certa, dias melhores virão e o sol vai decerto novamente brilhar para ti! Sem stresses tudo vai correr bem!
Chegámos ao Valado pouco antes da hora combinada, lanchamos e preparamos o material, luzes incluídas pois o regresso já de noite estava garantido, ou não! Abraços e cumprimentos do costume lá seguimos para mais uma vez sermos surpreendidos positivamente pelo Gang, trilhos antes desconhecidos, mais singles e descidas técnicas foi o que nos foi presenteado.
Estava a ser um excelente final de dia quando de repente eis que uma daquelas quedas “estúpidas” e perfeitamente evitáveis se por vezes não nos entusiasmássemos tanto e nos distraíssemos, me mandou ao alcatrão, mais um amigo do pessoal do gang que pedalava connosco e o qual lamento não ter decorado o nome.
Resumidamente eis a minha versão: Após uma recta em alcatrão seguiu-se uma ligeira subida. Eu vinha a pedalar por fora e depois de chegar ao topo da estrada na frente, decido começar a chegar-me a pouco e pouco para a berma pois vinha um carro de frente (embora ainda longe), subitamente sinto uma forte pancada na roda traseira e pronto já está! Queda imediata! Tendo aterrado com a parte lateral esquerda do capacete no chão e o ombro esquerdo. Mais rebola, menos rebola, levanto-me e pego na bike para tirá-la do caminho e encostá-la à berma.
Não fiquei muito maltratado, exceptuando o ombro ligeiramente “descascado” e uma ou duas pequeníssimas escoriações, apenas me doía ligeiramente a cabeça na zona da pancada. O capacete, esse, estava KO (rachou) e a bike, bem podia ter sido pior, pois o pessoal disse que viu sair faísca das bikes (deve ter sido o aperto rápido de trás no chão) acabou por ter o punho esquerdo ligeiramente mais danificado que o que já tinha e o selim a pedir reforma pois “empenou” mesmo.
Depois deste infeliz incidente o regresso a Valado foi imediato. Acabamos com 23.48km em 1h32.30 não sem antes se ter dado mais um daqueles finais de etapa que marcam as chegadas do Gang a Valado de Frades (o Cocas anda que se farta, enquanto tem fôlego e pernas!)
De seguida o Banho e lavagem/desinfecção dos “cromados” e depois o jantar na casa do Pedro Ramos. Esta parte acabou por compensar o acidente sofrido e o encurtar da volta pois mesmo depois deste episódio é difícil não manter a boa disposição na companhia do gang e da família do Pedro. A eles mais uma vez muito obrigado pela recepção!
Ahhhhhhhh! O Artas baldou-se, apareceu à nossa chegada na bike de estrada, que “tenrinho”! E também falhou o jantar! Mas os presentes trataram de matar a fome e a sede da melhor maneira
Já era bem tarde quando eu e o Guedes saímos de Valado, com o sentimento que esta pequena aventura de 5 dias passados juntos, chegara ao fim. Pela 1h e tal da manhã ainda passei na farmácia para comprar material para remendar os “cromados” (gaze gorda, betadine pomada, e adesivo) sem o qual não seria possível dormir descansado
Depois, bem as despedidas e lá fui descansar o possível, esperando que no dia seguinte acordasse em condições de pedalar!
Foram 4 dias em que não paramos nem um segundo, onde tivemos oportunidade de conhecer uma das zonas mais belas e esplendorosas de Portugal.
Aqui fica o Relato desses dias, retirado do relato do Sérgio...pois não o fiz.
Diário das Minhas Férias
Caros projectistas, este ano decidi tirar férias de 30AGO a 17SET quase exclusivamente para pedalar . No dia 1 farei a maratona Extreme Xûres/Gerês, passarei pela Zona Centro do País (Sicó e PNSAC) e depois rumo mais a Sul a Albufeira onde espero pedalar com os nossos amigos "marafados" de Mem Moniz, Albufeira e arredores. No regresso a casa (T.Vedras) acabo este périplo pelo nosso lindo País com a maratona de Penedo Gordo (15SET) onde sei ir encontrar muitos de vós .
Resumidamente aqui vai o meu relato diário:
Ahhhhhhhhh! nesta primeira semana de férias terei por companhia o pguedes que alinhou nesta "insanidade" do Extreme bem como nos passeios/voltas que se seguem.
DIA 30 de AGOSTO - Ultimo treino e preparativos
Este dia foi reservado para o último treino antes do Extreme, e para preparação final decidi fazer uns “kilometrozitos” em estrada, algo que há semanas andava a pensar, sair de casa a 3km de T.Vedras em direcção ao Cadaval por uma estrada secundária pouco movimentada e depois contornar o Montejunto em direcção a Abrigada/Alenquer com regresso final pela mesma estrada.
Estudado no “Gogle Earth” esta volta dava cerca de 80km e assim foi, sai pelas 09h30 e terminei pelas 13h00 com o sentimento de missão cumprida, ou seja terminara a preparação possível para o Extreme em que durante 4 semanas fiz perto de 900kms, Muitos deles de noite e a maioria em estrada com passagens frequentes pelo alto do Montejunto.
Agora podia aspirar a chegar ao fim desta tirada que alguns (os que já a fizeram) classificam como a maratona mais dura do país, embora para mim este evento devido à localização geográfica do percurso e logística seja um evento mais Espanhol que Português, pese embora o Staff ser minoritariamente "Tuga".
Neste dia fizeram-se ainda os prepararativos logísticos para a 1ª parte das férias pois lá para dia 4 ou 5 devo passar uns dias em casa, só seguindo rumo aos “Allgarves” lá para 9 ou 10. Enfim sacos e mais sacos com luzes (nocturnas se esperam em Valado de Frades e Alfarelos, bem como em Albufeira) equipamentos vários, barras, etc... enfim vocês sabem bem a tralha toda com que temos andar para fazer uma simples maratona, quanto mais cerca de 1 semana seguida de voltas/empenos.
DIA 31 AGOSTO - A viagem e chegada a Lobios e o 1º jantar de amigos
A viagem estava programada para se iniciar pelas 08h00 mas como sempre o Guedes lá se atrasou e já era bem perto das 09h00 quando rumamos a norte. Sem stresses o objectivo era chegar ao Porto a horas de almoçar com um colega de curso e depois dar uma espreitadela ao redBull Air Race, no entanto apenas o 1º dos objectivos foi cumprido uma vez que pelos milhares de curiosos como nós que se deslocaram às margens do Douro seria quase impossível ver o espectáculo de perto pois o carro teria de ficar a kms do rio e com as bikes em cima, o que não era nada aconselhável, pelo que após o repasto seguimos em direcção a Braga e posteriormente à Vila do Gerês e a Lobios/Espanha.
Ahhhhh! Quase me esquecia, pelo caminho e à passagem por Valado de Frades e Alfarelos liguei aos meus amigos que dias depois me iriam receber, Pedro ramos e Girão e logo ficou alinhavada a agenda para os dias seguintes ao Extreme.
Com o Guedes no lugar do pendura e o carro atestado de tralhas lá chegamos ao Gerês e à parte Espanhola do parque onde se viria a desenrolar a maior parte desta maratona. Pelo caminho e sempre que nos lembramos o Guedes lá tirava umas fotos à paisagem com o “telele”.
À chegada a Lobios a primeira dificuldade, onde fica esse tal de pavilhão multiusos? Até que finalmente após voltas e mais voltas acabamos e depois de nos termos junto a um elemento da Fullsport (empresa que viria a fornecer o sistema de cronometragem para o evento) lá descobrimos o local, o qual ainda não se encontrava a receber os atletas, pelo que eu e o Guedes fomos iniciar a nossa busca por alojamento.
Depois de questionar uma pensão e ter verificado que provavelmente as restantes estariam igualmente lotadas, lá seguimos, Espanha a dentro em busca do tal parque de campismo anunciado no site da organização. Com o GPS do Guedes a funcionar, andamos cerca de 20kms e toca de voltar atrás que este não é o parque mencionado, esse ficava apenas a 7kms de Lobios. Regresso a Lobios, lanche, levantamento de dorsal, jersey, etc. e lá seguimos em direcção ao parque de campismo, onde nos disseram existirem bungalows. Chegados ao parque “Vina Grande” junto à localidade de Lantemil entramos, sem sequer fazer prova de identidade, pois o pai do dono, filho de Português, tratou-nos logo como se fossemos da casa.
Eis o Bungalow onde ficaríamos 2 noites.
Depois o 1º lanche a sério:
A esta hora já o Paulo Lopes e o Fernando (FM67) vinham a caminho e logo combinamos o local de encontro para o jantar junto ao secretariado.
Não me lembro a que horas chegaram nem a que horas jantamos, mas não me esqueço da ementa: Cogumelos e Moelas fritas de entrada e um lombo de porco com batata. Ao jantar a conversa dominante era o Extreme e as dificuldades vividas pelos dois experiementados naquelas andanças, Paulo e Fernado, já eu e o Guedes falamos dos treinos e da viagem.
Já tarde para descansar o suficiente lá regressamos ao parque, enquanto os dois companheiros seguiram para Rio Caldo onde ficaram alojados numa pensão, que viria a ser o nosso local de pernoita na 3ª noite.
Escusado será dizer que não dormi quase nada, o “ronco” do Guedes e os barulhos próprios de um camping mais a ansiedade que senti, deixaram-me dormir não mais de 3h e eis que amanhece e mesmo antes da hora combinada para despertar já estava em pé preparando-me para o Extreme, para espanto do Guedes.
DIA 1 SETEMBRO - O Real empeno, o 2º jantar de amigos e as insónias
O real empeno foi o Extreme, maratona de 116kms, realizada no parque natural Xûres/Gerês. Existiam mais duas distâncias de maratona com 62 e 85 kms para os menos preparados mas mesmo essas foram suficientemente duras para alguns participantes.
O Extreme é de facto de uma "brutalidade" tal que só fazendo para acreditar!
Ao Jantar (adiante falarei mais do jantar) o nosso Paulo "Deus" Lopes do BTT e o Fernando (FM67) diziam que para os outros (projectistas e amigos) é assim: "já fizeste o Extreme? Não! então cala-te que não sabes o que é uma maratona de BTT!" e "quem faz esta faz todas!" Não posso deixar de concordar com estas afirmações, mesmo desconhecendo ainda na prática a verdadeira dimensão do desgaste físico que uma maratona como Portalegre ou a Volta completa (já fiz a meia) ao Concelho de Mafra podem ter. Estas para mim, considerando os comentários de amigos que já participaram, são dois dos eventos mais duros do país. O Extreme esse passa a estar noutra dimensão!
Enfim por onde começar...bem pela partida pois claro, onde encontrei o Pedro Costa, o FM67 o Paulo Lopes e o Marco Monte. Ahhhh! ainda gritei timidamente "MiiiiiiiiiiX!" para ver se o mesmo se acusava no meio da multidão ávida de iniciar o pedaleio, mas a minha iniciativa não surtiu efeito.
Dos cerca de 116kms e das partes que mais me marcaram fica o relato do que me lembro:
À partida estavam os cerca de 260 praticantes (nº divulgado na véspera no secretariado) alinhados, e depois de um briefing que só os da frente ouviram pelas 10h03 Espanholas (09h03 de Portugal) lá seguimos.
Os primeiros kms um pouco do costume, abrandamentos nos locais mais complicados e muito, muito pó e eis que logo aos 2km toca de subir que é para aquecer! Daqui até aos 30km só me lembro do esforço que tive de fazer para passar alguns participantes, essencialmente nas subidas mais técnicas e em cujas a largura do trilho era mais diminuta, o esforço para dar aquelas 5 ou 6 pedaladas mais fortes de forma a passar era realmente grande.
Aqui também me "perdi" numa zona técnica a subir em single, no final virei à direita atrás de um grupo de três sem reparar que do lado esquerdo um pouco mais à frente estava uma fita e lá fomos os 4 subir, subir, subir, logo pelo meio de cardos (escusado será dizer que braços e pernas ficaram logo cravejados de arranhadelas e marcas de sangue) foi cerca de 1km até que "é pá!" aqui não há marcas, voltemos para trás até à ultima fita que vimos" disse eu, "ok bora" responderam os outros e lá estava a tal fita que nos levava a uma descida e nós feito "Camelos" a subir no meio de cardos. A lição foi aprendida e dai em diante não segui ninguém sem confirmar as marcações. Chegado ao abastecimento dos 30kms (haviam 3 completos com fruta, água e barras, para além de variar depois entre os 3 mais algum complemento alimentar sólido e ou líquido, como iogurtes, coca-cola (acho que só no dos 90) e uns croissants (aos 30km). Parei em todos para abastecer de água mas quanto à comida só 1 laranja aos 60km pois ia munido com barras e gel para além de Isostar em pastilhas.
Entre os 30 e os 60km uma das partes mais bonitas e onde se andou mais ou menos. Nestes 30 kms acho que passei cerca de 40 participantes, alguns deles já visivelmente de rastos com os primeiros 30km. Contei as passagens até aos 30 e qualquer coisa, sempre ajudava a passar o tempo, mas depois perdi a conta quando para surpresa minha apanhei o nosso Paulo "Deus" Lopes e o Marco Monte, que tinham partido mais à frente, por volta dos 50km, enfim depois do que vi no Extreme de Albufeira/Arrábida em que penei a bom penar, tendo sido rebocado mais de 100 kms pelo nosso "Deus" só me apetece dizer: "andam a baldar-se aos treinos não é malandros!
No abastecimento dos 60kms (e já antes) a minha preocupação era se teria média suficiente para me deixarem passar no checkpoint dos 75kms e poder completar o Extreme sem ter de seguir pela alternativa dos 85km como se viria a verificar com a maioria dos participantes inscritos para o Extreme. Assim depois de reabastecer/refrescar o corpo antes de sair para a tal "subidita" com 12kms de extensão, sim 12kms! embora sempre em estradão com bom piso, quase sempre em Avózinha, alternado a espaços o prato do meio para levantar o "rabo" e esticar as pernas. Mas que saudades viria a ter mais à frente desta subida que classifico como para "tenrinhos" sim porque haveria bem pior!
Depois de chegar ao alto da serra e ao iniciar a descida em corta fogo serpenteando as encostas umas atrás de outras, só me apetecia gritar uma frase de uma música de Placebo "on top of the world is where i am!".
A meio sensivelmente desta parte descendente da serra que demorará cerca de 1h45 (média de 7 no máximo durante os tais 12 kms) o tal checkpoint, passei sempre a abrir mas começo a ouvir chamar e paro, afinal nem me viram o nº do dorsal e lá gritei 38! Depois mais descida em estradão e um episódio memorável. A certa altura passo por uma manada de cavalos selvagens e estes começam a galopar ao meu lado, um pouco adiante duas vacas (grandes como tudo) tal como os seus cornos, estáticas na berma, uma de cada lado, mas viradas para o centro da estrada, Ups! pensei eu, e agora, olha paro e contorno, não, não dá! é encosta escarpada de um lado e ravina do outro! … vrooom lá passou um participante sem "pestanejar" tal e qual como as vacas que nem se mexeram, ok se assim é lá vou eu! E fui até ao abastecimento dos 90km. Ahhhh! esta parte após a subida até aos 90 é lindíssima, fez-me lembrar o corta fogo do Montejunto mas com uma altitude 3 ou 4x superior bem como com uma extensão em kms bem superior.
No abastecimento dos 90kms encontrei um camarada que seguiu, eu lá fiquei e lavei as pernitas cansadas na fonte umas 3x, disse para ai umas 50 asneiras porque estava a começar com problemas respiratórios (devido ao pó e à descarga nasal com que passara o dia anterior e talvez com o calor e a altitude). Passados alguns minutos chegaria o último, até ali das “máquinas” do Extreme (acho que só acabaram 31), de nome Luís, mais conhecido por Bandeiras, tipo muito fixe lá dos lados de Castelo Branco, que viria a ser o meu companheiro de sofrimento quase até ao final. Foram duas subidas de "morrer" com gradientes enormes e muito técnicas que nos fizeram apear diversas vezes, a primeira logo a seguir ao abastecimento e a segunda mais à frente no meio de duas ravinas, mais parecia estarmos dentro de uma “garganta”, em que não corria aragem nenhuma.
Nesta parte começaram os problemas físicos a sério, estranhamente as pernas até se aguentaram, mas as cólicas (acho que a última barra que comi estava estragada devido ao calor, aliás nem a comi toda pois não me soube bem e dali em diante não comi mais nada apenas fui bebendo isostar e água enquanto houve) e os lombares comprimidos eram um óbice a que enfrentasse as subidas deveras inclinadas e cheias de pedra solta… enfim lá foram cerca de 20 kms com o Luís a dizermos mal das nossas vidas e a trocar impressões sobre o evento.
Uma das coisas que mais nos custou foi o facto de que após o abastecimento dos 60km só vimos gente aos 75 no checkpoint e aos 90 no abastecimento e nas quase 2 horas que estivemos juntos, nos confins do mundo, com algumas descidas bem perigosas pelo caminho, não vimos vivalma, nem uma das motos da organização (que tanto incomodaram com o cheiro a óleo e o pó nos primeiros kms), a "varrer" uma vez que éramos os últimos do Extreme. Enfim parece que os últimos não tem a mesma dignidade dos primeiros ou então pagam menos... enfim já me começo a habituar a isso e a me conformar que esta vida (de eventos com carácter competitivo) não é para mim, venham mas é Extremes e travessias projectistas!
Já cerca dos 110kms viria a separar-me do Luís pois no single descendente final e que era em parte comum a todos os percursos ou pelo menos aos 2 mais longos. Tal facto deveu-se a termos encontrado o reporter da Bike magazine com um furo no tubless, pelo que paramos e depois de constatar que era suficiente um de nós ficar, e como eu já conhecia o Pedro Pires, lá fiquei para ser orgulhosamente o último do extreme, ou antes o 31º de entre 260 participantes pois para mim vencer esta distância foi vencer todos os outros que se ficaram pelos 60 ou 85kms.
Depois de ajudar o Pedro que é um freerider por natureza e estava no percurso dos 85kms já visivelmente cansado, lá seguimos juntos no resto da descida tendo eu apenas nos kms finais acelerado o ritmo pois as pernas até estavam em amenas condições e já que era último queria sê-lo com estilo e terminar antes das 10h00 de prova e assim foi, com cerca de 09h57 terminei (tempo corrido foi só 8h51) tenho mesmo de não parar nos abastecimentos e ajudar menos, ou não!
No final ainda acabaria por me aborrecer, pois junto á meta já se arrumava tudo e nem mesmo à chegada de mais um participante deram atenção, tendo inclusivamente quase chocado com um miúdo que devia ser filho de alguém da organização que saiu de trás de outra pessoa para o meio da estrada já dentro da zona de meta, enfim foi a tal dignidade e respeito que faltou e falta em quase todo o lado, por aqueles que não são primeiros. Ainda deu para "chatear" um dos organizadores com o facto de não ter visto ninguém durante dezenas de kms, mesmo em zonas perigosas, ao que "hipócritamente" me respondeu: "estavam a controlar do alto do monte e amanhã terei o relatório todo, quem deitou papelinhos para o chão amanhã está tramado comigo". Enfim sem mais comentários!
Em resumo os aspectos a apontar à organização:
POSITIVOS:
- O desafio! é mesmo Extreme!
- O percurso, eu não me queixo da dureza, quem se queixou não sabia ao que vinha!
- As marcações. Só se perdeu quem se distraiu. É engraçado como no abastecimento dos 30km um dos elementos que se perdeu comigo, por sinal o que ia à frente, falava em 15 ou mais minutos de atraso e na má marcação, que provocaram o engano. Eu também fui com ele e… a marcação estava lá, o erro foi nosso, só nosso!
Agora porque não colocar uns sinaizinhos de perigo isto, perigo aquilo, nas zonas mais complicadas! E que tal ter um elemento no final de cada descida mais perigosa. Será que assinar o termo de responsabilidade é facto suficiente para a organização descurar a segurança dos participantes?
- Os abastecimentos: Bons e bem distribuídos, mas pelo preço do evento umas bebidas isotónicas não eram mal recebidas... as barras essas pouco calóricas mais valia não existirem!
NEGATIVOS:
- A falta de acompanhamento dos atletas na segunda metade da maratona. Não vi ninguém no final das descidas perigosas, nem na cauda do pelotão, género carro vassoura para evitar que alguém ficasse caído no percurso.
- O pouco respeito pelos últimos atletas a cruzar a meta, já com a organização mais preocupada em arrumar a tralha do que em receber os atletas, nem uma água ofereceram à chegada! Volto a salientar o episódio da criança que quase atropelei já na zona de meta! Isto não é profissional!
- O preço demasiado para o que se dá em troca. Por isso não admira apenas cerca de 260 participantes à partida quando um evento destes podia na boa ter 500 a 1.000 participantes. E não digam que é a dureza que os afasta, o 1º motivo é decerto financeiro pois à inscrição que é a mais cara de todas, pois falam de Portalegre em que 37€ paga evento, Jersey e Jantar, aqui 45€ deu só para os 1ºs dois.
- A falta de elementos da organização ou da policia nos atravessamentos de estrada em todo o percurso, pois nem um vi!
O 2º jantar de amigos teve lugar em Rio Caldo num simpático restaurante propriedade de portugueses.
A ementa? “Costeleton” pois claro que era tempo de recuperar as forças e carne, muita carne se impunha. Nesta zona de Espanha, bem como do lado de cá de Portugal junto à fronteira a carne é mesmo de outro mundo! Umas cervejinhas para acompanhar para uns e coca-cola e água para outros.
A conversa? Ahhhhhhhh! Pois extreme para aqui, extreme para acolá, blá, blá, blá! Se leram o meu resumo do dia já sabem quais os assuntos falados.
Depois da janta o regresso ao camping para mim e para o Guedes por volta da 1h00. O Guedes aterrou que nem um tordo e eu… bem eu durante cerca de 2h fiquei tipo estátua deitado de barriga para cima a pensar em… nada! Sim nada! Nestas duas horas de insónia não tive um único pensamento concreto, até que de repente e lá para as 3h da manhã, como que se o corpo tivesse revigorado com estas 2h de cama, comecei a reviver todo o dia do Extreme na minha cabeça, foi como que um “despertar” e a essa hora levantei-me, vesti o fato-treino! e… não! não fui correr ou pedalar, mas fui andar pelo camping e em redor da aldeia.
Após cerca de meia hora de passeio pedestre e de ter respirado o ar fresco da madrugada, sentei-me no carro, abri o portátil e toca de passar para texto os pensamentos tidos sobre o evento e em parte sobre o que já vivera nestas férias.
Cerca das 5h da manhã lá fiquei sem bateria no PC e finalmente fui dormir… até às 09h sensivelmente pois um passeio de BTT para esticar as pernas já tinha sido marcado de véspera com o vizinho do lado (o tenrinho esse não alinhou!).
Nota: Este texto é em grande parte cópia do reclado feito do evento!
DIA 2 SETEMBRO – A recuperação: BTT, passeio pedestre e termas
Pelas 09h ou um pouco mais tarde saio do bungalow e o meu vizinho já estava à minha espera. Ahhhhhhh! O vizinho era Amândio Norberto de seu nome e membro do clube de BTT “Leões do Sul” lá para os lados de Loulé penso eu! Este camarada tinha participado nos 85kms e estava tal como eu pronto para esticar as pernas. Pelo caminho e durante os cerca de 15kms em constante sobe e desce em alcatrão, onde passamos por Entrimo em direcção à fronteira portuguesa e voltamos ao parque, deu para ficar a saber que o nosso “biculas” também já pedalou com ele!
De regresso ao parque já o “tenrinho” estava na esplanada a tomar o pequeno almoço. Depois eu aprontei-me e lá seguimos para Rio Caldo para almoçar e passar a tarde de volta dos banhos de água quente.
Não me lembro do almoço, mas sei que estava de barriga cheia quando chegamos aos banhos, pelo que fomos andar em redor do rio e acabamos por passar junto a um dos locais de passagem da maratona.
Vimos as ruínas de uma vila romana e algum tempo depois lá nos deitamos junto à margem do rio. Este local é mesmo um paraíso, não foram as moscas sempre a chatear e tinha dormido uma bela “siesta” no relvado junto ás margens.
Depois da digestão feita… água “caliente” das termas seguida de fria do rio. Ao final da tarde de regresso ao camping, desta feita para um belo lanche, arrumar as malas, beber algo para a despedida e rumo à pensão onde o Paulo e o Fernando tinham ficado, pois era hora de dormir uma noite em condições.
De facto após o jantar, novamente no restaurante “portuga” em Rio Caldo e depois de um breve passeio pedestre para ajudar à digestão lá fomos para a pensão e desta feita fui eu que cai que nem um tordo!
DIA 3 SETEMBRO – O regresso a Portugal, o passeio de BTT no planalto (Castro Laboreiro), a viagem até Alfarelos e o tratamento do Girão.
Para o nosso regresso à pátria escolhemos (por sugestão do José, o dono do camping) seguir direito a Entrimo e direcção à Ameixoeira – Castro Laboreiro. Esta zona percorrida até Portugal é simplesmente linda!
E à chegada a Castro Laboreiro lá sacamos as bikes do carro e toca de pedalar, por sugestão de um local fomos em direcção ao planalto, trilho que acompanha do alto da serra a fronteira entre Portugal e Espanha. Depois de algumas dificuldades iniciais para dar com o trilho (sempre que questionávamos alguém dizia que estava estragado, não dava para nós!) lá demos com o dito e… bem espero que as fotos que o Guedes tirou façam jus ao sítio
Sós no meio do nada, apenas com cavalos selvagens e vacas por companhia! De facto como disse o Guedes até parecia que estávamos no “farwest”. Os trilhos, esses intercalavam zonas pedregosas com alguma dificuldade de progressão com estradões que convidavam a acelerações e as paisagens então, de cortar a respiração, só se viam montes e mais montes e flora silvestre.
Algures no meio desta imensidão uma manada de vacas teimosamente não se mexia do trilho e ao nosso aproximar ficaram inquietas, mugindo algumas delas e olhando para nós com ar ameaçador! O Guedes apeou e eu dizia, é melhor contornar senão não saímos daqui! Mas o teimoso (mais que a euribor!) insistiu e durante alguns minutos lá andamos nós a pé e as vacas sempre à nossa frente, até que definitivamente ficaram para trás. Ufa!
Depois mais trilhos até que chegamos a uma vedação que impedia a passagem, no entanto fizemo-nos de “parvos” e passamos até que fomos dar (após uma boa descida) a uma estradita de alcatrão e a uma aldeola. A opção aqui era perguntar onde estávamos e saber se ainda faltava muito para castro Laboreiro, mas o Guedes mais uma vez decidiu entrar por um trilho até que deu sem saída ou perto disso, pelo que voltei atrás e disse que ia perguntar na aldeia onde estávamos
Após algumas voltas sem ver ninguém lá nos cruzamos com uma Sr.ª que disse estarmos mesmo na aldeia de Castro Laboreiro e que a Vila era já em baixo, pelo que continuamos a descer até à vila, onde o almoço no restaurante de um amigo Português do José nos esperava antes de rumarmos mais a sul para visitar o Girão.
No final foram 31.47km em 2h10.41 à media de14.45km/h e tendo sido atingida a V.Max. de 60.04km/h (dados do meu conta km).
O Almoço por volta das 14h foi bom (Vitela no forno, regada com uma garrafita de Monte Velho) e ainda equipados a rigor fomos a atracção principal do restaurante onde os clientes (já poucos aquela hora) nos miravam
Depois de mais de meia-hora à espera do Guedes (fora largar lastro!) lá partimos para sul, mais uma vez para ficarmos espantados com a beleza desta parte de Portugal e com as possibilidades que ali existem para a prática de desportos de natureza. De Castro Laboreiro até Melgaço foram cerca de 26kms sempre a descer, sim sempre a descer, tenho a impressão que de bike nem era preciso pedalar. Eu cá só pensava, ora se descer isto deve ser que tal será subir?
Melgaço e depois? Bem uma paragem para os “recuerdos” da zona (vinho alvarinho).
Depois, bem... toca de andar que a aula de spinning do Girão começa às 19h00. Pelo meio uma pequena avaria no meu carro, fiquei repentinamente sem piscas e sem indicação de combustível, o que após uma paragem se verificou ser devido a um dos fusíveis ter dado as últimas. Menos mal pois este problema seria facilmente solucionado com a compra de outro fusível. De novo em viagem chegaríamos a Alfornelos pelas 17h30 e toca logo de “spinnar”
Foi a minha primeira aula de spinning e o que vos posso dizer? Bem gostei imenso e custou-me imenso também. Primeiro porque pedalar em pé com ténis normais fez-me doer as plantas dos pés e depois o calor da sala, mais parecia estarmos numa sauna, mas de facto adorei, suar assim, levar o coração a regimes que normalmente não vai, a música a estimular o “power” e a “transe” do Girão no comando da aula foi algo digno de registo, de facto este homem põe prazer/paixão em tudo o que faz!
Depois de cerca de 1h de aula toca de preparar de novo que vamos fazer uma nocturna em redor de Alfarelos, ok foram só mais cerca de 36 kms em 2h mas foi a 3ª vez que pedalamos nesse dia. Finalmente fiquei a conhecer um pouco de Montemor-o-Novo. Passamos no centro da vila e subimos ao castelo. Algumas voltas mais e lá descobrimos uma pastelaria para retemperar as energias com bolos e sandes.
Não me lembro das horas a que terminamos, mas depois deste dia já longo em actividades ainda fomos lanchar de novo na casa do Girão e beber umas cervejolas pois claro e acabamos a noite no sofá a ver os jogos olímpicos de XC, deviam ser para ai umas 3 ou 4 da manhã quando nos deitamos
DIA 4 SETEMBRO – A viagem até Valado de Frades com passagem por Óbidos (visita ao Funride) o passeio com o gang a o jantar e o regresso a casa.
Pelas 08h de terça-feira lá estava o Girão no ginásio onde pernoitamos, como se tivesse dormido a noite toda, fresquinho para o seu primeiro dia de trabalho depois das férias e nós a custo lá nos levantámos, arrumamos a tralha e seguimos mais tarde destino até Valado de Frades
Como tínhamos o dia todo para chegar a Valado (o Gang só após as 18h estaria à nossa espera) seguimos vias alternativas à auto-estrada e decidimos ir visitar o Funride a Óbidos. Pelo caminho parámos para almoçar, fomos ao cabo??? (não me lembro do nome) e andamos ás voltas na Figueira da Foz, ainda equacionamos pedalar junto às praias, na ciclovia ali existente, mas afinal não tínhamos assim tanto tempo, pelo que seguimos viagem.
A próxima paragem foi na casa do Funride, localizada junto à lagoa de Óbidos e onde se respira um ar de paz e tranquilidade. O amigo Ricardo lá nos recebeu, falamos durante algum tempo, constatamos as suas dificuldades e lá o tentamos animar. Amigo por mais triste e escuro que esteja o teu horizonte agora, uma coisa é certa, dias melhores virão e o sol vai decerto novamente brilhar para ti! Sem stresses tudo vai correr bem!
Chegámos ao Valado pouco antes da hora combinada, lanchamos e preparamos o material, luzes incluídas pois o regresso já de noite estava garantido, ou não! Abraços e cumprimentos do costume lá seguimos para mais uma vez sermos surpreendidos positivamente pelo Gang, trilhos antes desconhecidos, mais singles e descidas técnicas foi o que nos foi presenteado.
Estava a ser um excelente final de dia quando de repente eis que uma daquelas quedas “estúpidas” e perfeitamente evitáveis se por vezes não nos entusiasmássemos tanto e nos distraíssemos, me mandou ao alcatrão, mais um amigo do pessoal do gang que pedalava connosco e o qual lamento não ter decorado o nome.
Resumidamente eis a minha versão: Após uma recta em alcatrão seguiu-se uma ligeira subida. Eu vinha a pedalar por fora e depois de chegar ao topo da estrada na frente, decido começar a chegar-me a pouco e pouco para a berma pois vinha um carro de frente (embora ainda longe), subitamente sinto uma forte pancada na roda traseira e pronto já está! Queda imediata! Tendo aterrado com a parte lateral esquerda do capacete no chão e o ombro esquerdo. Mais rebola, menos rebola, levanto-me e pego na bike para tirá-la do caminho e encostá-la à berma.
Não fiquei muito maltratado, exceptuando o ombro ligeiramente “descascado” e uma ou duas pequeníssimas escoriações, apenas me doía ligeiramente a cabeça na zona da pancada. O capacete, esse, estava KO (rachou) e a bike, bem podia ter sido pior, pois o pessoal disse que viu sair faísca das bikes (deve ter sido o aperto rápido de trás no chão) acabou por ter o punho esquerdo ligeiramente mais danificado que o que já tinha e o selim a pedir reforma pois “empenou” mesmo.
Depois deste infeliz incidente o regresso a Valado foi imediato. Acabamos com 23.48km em 1h32.30 não sem antes se ter dado mais um daqueles finais de etapa que marcam as chegadas do Gang a Valado de Frades (o Cocas anda que se farta, enquanto tem fôlego e pernas!)
De seguida o Banho e lavagem/desinfecção dos “cromados” e depois o jantar na casa do Pedro Ramos. Esta parte acabou por compensar o acidente sofrido e o encurtar da volta pois mesmo depois deste episódio é difícil não manter a boa disposição na companhia do gang e da família do Pedro. A eles mais uma vez muito obrigado pela recepção!
Ahhhhhhhh! O Artas baldou-se, apareceu à nossa chegada na bike de estrada, que “tenrinho”! E também falhou o jantar! Mas os presentes trataram de matar a fome e a sede da melhor maneira
Já era bem tarde quando eu e o Guedes saímos de Valado, com o sentimento que esta pequena aventura de 5 dias passados juntos, chegara ao fim. Pela 1h e tal da manhã ainda passei na farmácia para comprar material para remendar os “cromados” (gaze gorda, betadine pomada, e adesivo) sem o qual não seria possível dormir descansado
Depois, bem as despedidas e lá fui descansar o possível, esperando que no dia seguinte acordasse em condições de pedalar!
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