In Sane: julho 2008

E mais uma prova superada, na companhia de grandes amigos e de novos conhecidos, que alinharam nesta ideia Radical do Eterno Jorge Maria Bolacha

O desafio estava lançado á muito tempo, e fui convocado á força, pois depois da dura experiencia muito dura do OneShot em que queimei a junta da cabeça, fiquei muito apreensivo em realizar longas tiradas a meio do Verão.

Mas pronto, lá me convenceram a ir, e como para pedalar com amigos nunca me nego, lá acordei mais um Sabado ás 5H00m para estar ás 6H20m em Almada, depois de o PEPE passar pela minha casa.

Fomos os ultimos a chegar e já estavam todos á nossa espera para partir, o FRED já lá estava, só que como não conhecia nada de Almada estava nas Bombas da Repsol, e só quando passamos por ele é que ele nos seguiu até ao Parque de estacionamento da PAZ.

Toca de Carregar as Malas, Sacos Cama, e Colchões na Carrinha, e depois de uma Sprintadela Matinhal até Cacilhas, garantiamos a nossa travessia de Cacilheiro dentro do tempo previsto.
Mais uma vez o pessoal da TransTejo foram Super Porreiros e depois de um choradinho feito pelo Organizador da Travessia (Bolacha), Deixaram entrar no Cacilheiro uma Dezena de Malucos com Bicicletas.

Daí até ao Parque das Nações em ritmo descontraído, ainda chegamos quase com 15 Minutos de avanço em relação á hora prevista. Esperamos, e lá apareceu o resto do pessoal: o Isidoro, o PowerRanger, o Cesar, e resto da sua trupe. Tudo malta de mais tarde haveria de mostrar o Pedaladão que têm.

Partimos em direcção a Vila Franca de Xira, onde iriamos atravessar o Tejo. Passamos pela Magnifica Leziria de Loures, pelos caminhos de Fátima, onde um dos elementos do Sobe Sobe Desce Espetou um Cavilhão na roda.

Reparado este contratempo, continuamos embom ritmo e ao chegar a VF Xira paramos para tomar o 2º pequeno almoço, pois muitos de nós já estavamos sem comer á mais de 3 Horas.

Arracamos de novo, atravessamos o Tejo, e entramos nas Lezirias, por um estradão aberto, onde após alguns quilometros e um portão passamos por um grupo de Bois ameaçadores, daqueles pretos......que nos fez subir os niveis de adrenalina a niveis identicos aos Malucos de Pamplona, e depois de passarmos por eles (que afinal era Vacas), Saltamos o Portão com as Bikes em tempo Record.

Uns quilómetros mais á frente, preto de Benavente, fomos brindados por vários quilómetros de Singles Espectaculares, mesmo muito bons, que nos deram a todos muito gozo a percorrer até entrarmos no Vale do Sorraia que nos levaria até Coruche, onde percorremos longos quilometros de Single o Lado de canais de irrigação. Até aborrecia....é muito louco fazer estes trilhos.....mas tantos quilometros de uma vez só torna-se monótono, pois temos de estar sempre muito concertrados, pois o trilho é estreito e um erro pode significar mergulhar no Canal com a Bicicleta e tudo!!!

O Ritmo era de Loucos, iamos sempre acima dos 22KM/H, o que para alguns começava-se a revelar demasiado, principalmente quando ainda faltava tanto para a Meta.
Associado a isto o calor tambem se fazia notar.

Em Coruche comemos a tipica Bifana com Coca Cola, e arrancamos para o Couço. Após alguns quilometros de alcatrão, entramos em caminhos agricolas, que tinham várias extensões de bancos de Areia, que nos iam quebrando o ritmo, e obrigando a esforçar muito as pernas. Começava a fazer estragos.
A juntar a isto o ritmo era igualmente muito elevado para um travessia. Por um lado porque o grupo onde ia a Filipa, continuou quando estavamos a ajudar um companheiro do Sobe Sobe desce que já tinha as pernas a queixarem-se com Caimbras. Arrancamos uns minutos depois em ritmo muito forte para tentarmos apanhar o grupo da Filipa...mas nunca mais os apanhavamos....."eles devem ir a abrir, o que é que lhes deu?!?!?" pensavamos nós - Afinal, quando nos juntamos, disseram que tinham vindo a abrir, pois não se lembravam que estavam na frente e estavam a tentar apanhar-nos.....foi um momento Hilariante.

Saindo do Couço entramos numa zonaum pouco mais montanhosa, e com algumas rampinhas para fazer, algumas delas com alguma dificuldade técnica, mas nada muito complicado de se fazer.
Só que a hora já era avançada, o calor apertava.....e......estava na Hora de Fazermos aquelas subidas horriveis, cheias de Areia....e sem vento nenhum, que antecedem o vale da barragem de Montargil.
Quem foi o no passado, sabe bem que este local foi o mais problemático de toda a travessia.

Nesta subida ia queimando a junta da cabeça outra vez....não foi nada tão critico como no OneShot, mas custou-me imenso transpor esta parte.
Depois de voltarmos a descer, o calor era muito e apesar de os quilometros que faltavam para a barragem serem praticamente planos, o piso não era muito rolante e em alguns pontos até pesado, devido á areia.
Paramos a meio caminho para nos refrescar-mos num canal de irrigação, que soube que nem ginjas e fizemos mais uns quilometros até á Barragem onde nos reabastecemos de Água, comida, e para terminar em beleza um banho refrescante na Barragem, com água quentinha.

Daí,e como a hora já tardava, atalhámos o mesmo troço que o ano passado, e depois de fazermos mais umas subidinhas em Trilhos, Subidas Valentes, mas que com a próximidade de Aldeia Velha e de paisagens de cortar a respiração, ganhamos novas forças nas pernas, e são passadas a um ritmo muito superior ao do ano passado, e que curiosamente custaram muito menos que no ano passado, chegamos á já famosa placa de ALDEIA VELHA, onde tiramos as fotos da Praxe, nos Abraçamos vitoriosos, e 6 de nós pensamos......Metade já está feito.

Chegados a Aldeia,o Bolacha e a sua Familia, brindaram-nos com um magnifico petisco de queijo, e enchidos, e bolos e sumos, e sei lá mais o quê, que apaziguaram os estômagos sedentos.

Após o Banho, que desta vez foi de agua quente, partimos em direcção ao jantar, onde fomos servidos que nem Reis num Banquete. Para se vingar do ano passado o Dono do restaurante presenteou-nos com quilos e quilos de esparguete, com montes de Carne grelhada, e com muita Salada de Tomate. Não faltou nada!!!!! Até Sobrou!

No final ainda fomos a um Bar em Galveis, ver as Babes (a Filipa ver os Boyz), e depois Caminha que no dia a seguir teriamos outra dose igual á de hoje.....desta vez para voltarmos a Almada.....

Mas essa é outra História que escreverei Amanhã.

Dados Técnicos 1ºDia:

168,4 kms
18,2 km/h média
9h17m a pedalar num total de 12h54m partida às 6h37 e chegada à Aldeia Velha às 19h31

Aqui estão as Fotos do 1º By Apismel e 2º Dia BY SS

Mais Fotos ver no ProjectoBTT

Então aqui vai o meu foto-rescaldo
Este foi o fim de semana escolhido para ir “ordenhar” as minhas abelhas, mas quando descobri que a minha esposa só ia poder sair de Setúbal Sábado ao fim do dia, comecei logo a magicar como é que podia fazer pelo menos o primeiro dia. O problema era o transporte para Almada, foi aí que surgia a minha salvadora, a Filipa. Lá combinamos e fomos juntos para o parque da paz, como somos pontuais eram para aí umas 6:00 quando chegamos

Retiramos as bikes dos carros, logo aí vi a diferença de peso entre a minha e a da Filipa, quando for grande também quero uma assim…

Finalmente começa o pessoal a chegar, entre eles aparece um de bike, imediatamente identificado como o mítico Jorge Maria Bolacha. Rapidamente começa a distribuição dos dorsais e a dizer para o pessoal acelerar que o barco não espera…

Após a foto tradicional, que por artes magicas a minha máquina não registou, partimos por estrada a caminho dos barcos para fazer a travessia do Tejo. Ainda houve tempo para um cafezinho e lá embarcamos no barquito, onde as bikes se acomodaram como se pode.

Animadamente todos conversavam um pouco sobre tudo

Para quem estava habituado aos barcos do Barreiro, esta travessia do rio quase que pareceu instantânea e Lisboa aproximava-se rapidamente.

Preparamo-nos para sair

Foi espectacular pedalar por Lisboa ainda de manhã cedo até ao Parque das Nações. Nós para estar ali tínhamos levantados bem cedo, mas andava por lá muito boa gente com cara de que ainda não se tinha deitado…

Alegremente lá continuamos, pedalando e tirando fotos, apenas com um pequeno incidente, um choque frontal de um dos fotógrafos com um banco que circulava em sentido contrário. Mas nada de grave.
Também não esqueço a cara da senhora que tirou a manhã para fazer um passeio relaxante na ponte de madeira ao lado dos teleféricos a apareceu-lhe pela frente um grupo de bikes que em cima dos estrados mais parecia um comboio… Coisas da vida.

Neste momento éramos 13 e como alguns podiam ser supersticiosos no parque das nações chegaram mais 4 alegres companheiros

Tempo para comer alguma coisa, uns xixis e nova foto de grupo, para actualizar os efectivos. Estas fotos de grupo são muito importantes, porque se alguém tiver problemas pelo caminho, nunca há a tentação de o deixar por lá, ou esconder atrás das giestas, porque há uma prova em como essa pessoa de início estava connosco. Acho que este tipo de fotos já me salvou a vida varia vezes.

Seguimos ao lado do rio Tejo, depois do rio Trancão e quando não havia mais rios para seguir, paramos numa tasca para atestar

Entre uns furos e outros que não passaram de projectos de furo lá continuamos, até que alguns se entusiasmaram e não sei se foi do piso ou do bom tempo, mas quando reparei estava ao lado da praça de touros de Vila Franca de Xira.

Como paisagem não estava mau, mas do ponto de vista gastronómico era muito fraco, então avançou-se até encontrar uma pastelaria que foi a alegria de muitas barriguinhas esfomeadas. Isto descrito assim até parece um passeio gastronómico, mas o pessoal nos intervalos da comida pedalava, eu é que estava distraído e não contei as pedaladas.
Voltamos a passar o rio Tejo, desta vez sem pagar bilhete, e entramos na famosa lezíria. Bons estradões, temperatura amena, belas paisagens convidavam a um passeio rápido e descontraído. Tão descontraídos que depois de passar uma cerca vimos dois bezerros a correr, logo se começou a pensar em bezerro assado. Mas também houve quem pensa-se que eles estavam a correr para ir chamar os pais. Após uma curva, aparece uma manada daqueles bichos que normalmente se vêm na TV, com cornos e tudo. Eu não fotografei, porque estava a planear a melhor maneira de fugir dali se eles resolvessem nos vir conhecer melhor. Um deles, estava mesmo plantado no meio do caminho. Olhei para o JMB e ele determinantemente pedalava sem parar. Aí como por magia a manada circula para a nossa traseira, coisa que continuou a não me deixar descansado, mas deixou o caminho livre para a porta. Nunca vi tanta rapidez a saltar uma porta. Depois é que ele disse que eram vacas com crias, bem para mim tinham cornos como os outros e com o que se ouve agora para aí, eu sei lá se algum tinha trocado de sexo.

Continuamos a pedalar por sítios espectaculares, planícies até perder de vista, canais de rega, plantações de girassol e com um ritmo forte, porque o tempo ameno, o piso plano e a vontade de almoçar assim o proporcionavam.

Após paragem num chafariz para abastecimento de água, o ritmo aumentou porque o gosto das bifanas tradicionais já se faziam sentir virtualmente na boca. Alguns começaram a acusar o ritmo e houve uma reunião de emergência em que uns diziam que quem estava mal é que devia de ir para a frente, outros que deviam ir onde queriam e os outros é que tinham de ir mais lentos, bem, aquelas coisas do costume. Ainda se pensou em deixa-los abandonados atrás das moitas, mas como estavam na foto de grupo, não pode ser, estão a ver como as fotos são importantes.
Mas Coruche estava perto e a única coisa que nos deteve foi mesmo o comboio.

Passado este obstáculo continuamos pelo lado do rio até ao centro da localidade

Seguimos para o centro da localidade à procura de um bom local para comer, onde nos pudessem servir o tradicional menu BeTeTista.

Aqui terminou a primeira parte do dia
Estavam percorridos 90Km, que foram relativamente fáceis e muito agradáveis de fazer.
Amanhã relato a segunda parte do dia.

Um abraço
Jorge de Sousa

Então cá vamos à segunda parte do dia.
Como estávamos no alto Alentejo, eu já tinha comentado que este era bem melhor do que o baixo, no que diz respeito ao Alentejo ser uma planície. Na realidade eu estava enganado, porque todas aquelas belas planícies pertenciam ao Ribatejo. Quando entramos nas planícies alentejanas, lá voltaram as subidas de areia solta e não solta. Para mim, basta ser subida e está o caldo entronado.
A temperatura também subiu um pouco. Tudo isto fez sentir o sabor a travessia, porque algumas vozes já se tinham manifestado que a dificuldade estava tão baixa que já nem dava gosto andar de bike…
Eu e a Filipa acabamos por ficar na cauda do grupo, eu porque vou devagar nas subidas e ela nas descidas. Ao passar uma ribeira, como gato escaldado de água fria tem medo, peguei na bike ao colo, mas a saída tinha tanta areia solta que os sapatos ficaram impraticáveis. Eu e Filipa assim que chegamos a terreno duro lá nos entretemos a limpar os sapatinhos e siga para a frente porque o pessoal já lá vai. Não sei se repararam, mas ninguém disse que eles tinham passado a ribeira e seguido. Mas nós achamos que sim.
Pedalamos com mais três companheiros por uma zona espectacular, ao lado do rio Sorraia, plana embora com alguma pedra que me fazia tremer a alma. Mas as plantações verdejantes ao lado do caminho faziam esquecer as dificuldades. Com o passar dos Kms e como não alcançávamos o grupo, o nosso ritmo ia aumentando e interrogávamo-nos porque razão não esperavam por nós. O JMB estava sempre tão preocupado em manter o grupo coeso e agora tinha-nos deixado para traz. Como tinha GPS não me preocupava muito, mas para não ficar mal lá ia aumentando o ritmo. Até que comecei a interrogar se iríamos a traz ou à frente. A Filipa garantiu que era a traz e lá continuamos. Já perto do Couço passamos por uma grande poça de água, à nossa frente só estavam duas bikes e eram precisamente esses os rastos que se viam sair da poça.
As fotos que se seguem são tiradas no local onde paramos e se ligou para o JMB. Foi aí que verificamos que não íamos a traz, mas sim à frente.

Aos poucos todos foram chegando, até que se juntou o grupo todo.

Lá se partiu novamente, agora todos juntos. A água começava a escassear porque devido ao aumento da temperatura o consumo aos 100 aumentou. Continuamos por trilhos espectaculares, até que se chegou ao vale que está no seguimento da barragem de Montargil. Embora a barragem ainda estivesse longe, devido á facilidade de irrigação a zona é muito verde. No vale voltamos às planícies que eu tanto gosto permitindo um bom andamento sem esforço, até que para matar o calor, um pneu resolveu furar juntos de um dos canais de rega. O resultado só podia ser o que ficou registado.

Após devidamente demolhados para tirar o sal, a próxima etapa era a estação de serviço de Montargil. Lá esperávamos água fresca, comida e todas as coisas boas que os deuses colocaram sobre a terra. Animados por esta esperança, mesmo com as bexigas das camelbakes em vácuo avançamos velozmente. A visão do paredão da barragem encheu-nos de alegria e a subida que tive de fazer, gastou-me a alegria toda. Mas tudo bem, o paraíso anunciado lá estava. Sala com ar condicionado, sandes, agua fresca, uma verdadeira dadiva dos deuses.
Após tratar do estômago, faltava tratar da alma, então descemos até á barragem. O JMB disse-me que era sempre o mesmo, todos queriam ir ao banho, mas depois ninguém ia. Mas desta vez foram.