Como estou preguiçoso....deixo aqui links para os rescaldos de dois dos participantes nesta epopeia:
http://ac-trilhoseaventuras.blogspot.com/2008/05/gavio-alcains.html
E O Rescaldo do "Fundador" desta Ideia:
Original em : http://www.projectobtt.com/index.php?option=com_smf&Itemid=32&topic=8777.msg147740#msg147740
Ora então cá vai o meu rescaldo...
A ansiedade que antecedeu o dia 22 era tremenda, pois profissionalmente andava muito ocupado e não consegui as folgas desejadas para os arranjos finais.
O apoio de vários amigos foi fundamental para o sucesso da Travessia, o PGuedes na gestão dos Track’s (eu ainda pesco muito pouco de GPS’s), o Raptor na gestão do Track do 3º dia assim como da logística da 2ª noite no Gavião e ainda o Rui Antunes que andou de volta dos dorsais até à 01.00h do dia 22.
1ºdia
Nem foi preciso o despertador para acordar. O Pguedes, JorgeMariaBolacha e S.S. foram ter a minha casa, de onde saímos com destino ao Cabo da Roca. Durante o caminho o São Pedro já nos abençoava o dia. Ainda pensei que fossem só umas gotas, mas à medida que atravessávamos a Serra de Sintra a intensidade ia aumentando.
À chegada ao ponto de encontro (Azóia) já lá estavam o Rui Antunes, Biker666, Derfred, PePe, Peregrino e a Angelfish (Filomena), entretanto chegaram o Remi e a Lena.
Depois de ver quem tinha a mochila mais pequena, foram distribuídos os dorsais aos aventureiros e os beijinhos aos familiares que nos tinham dado boleia, partimos debaixo de chuva já com 20’ de atraso em direcção ao Cabo da Roca para a partida oficial.
A chuva não nos deu tréguas nas primeiras horas e só parou quando chegámos ao Algueirão. Até Almoçageme os caminhos estavam razoáveis, mas depois, os caminhos tantas vezes percorridos a altas velocidades estavam intratáveis com tanta lama.
Na Várzea de Sintra o grupo ficou reduzido, tendo o Remi, Lena, Biker666 e Derfred feito o retorno a casa/carro.
Ao passar no Algueirão, eis que surge o que ninguém deseja que lhe aconteça, o dropout e desviador da Filomena não resistiram aos traumatismos da lama e ficaram KO. Ainda se tentou colocar o dropout suplente que a Filomena tinha levado, mas não era do mesmo modelo.
Como era feriado as lojas estavam fechadas. Mas felizmente alguém teve a brilhante ideia de telefonar ao Remi, que prontamente disse que ia a Almada buscá-lo, entretanto o Rui Antunes disse que conseguia desenrascar um desviador. Ele ia ficar em casa (Algueirão). Depois de conferenciar em grupo, decidiu-se que o Peregrino e a Angelfish ficariam a tentar resolver o problema e depois iriam ter com os restantes aventureiros à Azambuja de comboio.
Depois do Algueirão veio o verdadeiro calvário... Lama, lama, lama e mais lama, ao ponto de a bike não andar a não ser de “rojo”. Dei por mim quase a fazer “Tilt” quando mesmo depois de limpar as rodas, pedaleiro, etc com um pau, a bike continuava com a roda traseira bloqueada, afinal era uma pedra que tinha sido arrastada pela lama que estava a fazer de cunha e por isso não a deixava andar.
Ao passa no conjunto de rochas megalíticas de “Lapiás” então foi pior que um martírio...
Estava eu de volta da bike a tirar lama, toca o telemóvel, era o Punk a perguntar onde andávamos. Ele e o Bruno Malheiro já estavam à nossa espera em Loures.
Haviam de ver a cara do PePe quando alguém lhe telefonou..., e ele responde: estou perto de Loures, ..., tem havido muita lama...
(Mas a expressão dele dizia: vim com uma cambada de coxos, não chego a Santarém hoje de certeza .)
Entretanto para ajudar à festa, a Bike do JorgeMariaBolacha ficou com a caixa de direcção bloqueada.
Após breve reunião, decidimos contornar o Penedo do Gato, passámos por Albogas para limpar a maior parte da lama das bikes e seguimos por asfalto até Loures.
Já na descida acertámos o ponto de encontro com o Punk e Bruno Malheiro, encontrámo-nos à entrada de Loures. Passámos numa lavagem automática e aproveitámos para aliviar o peso extra às bikes.
A fome era tanta e o desânimo ainda maior, que resolvemos almoçar por ali, ainda só tínhamos feito 50km e já eram 15h. Enquanto nós comíamos o PGuedes feito engenhocas desmontava a Caixa de direcção do JMB. Era esferas por todo o lado.
Às tantas já todos suspirávamos sobre o porquê de se ter mexido na caixa.
Depois de tudo encaixado, só faltava a massa consistente, ou algo que substituísse tipo “banha”,... ou “Margarina” isso mesmo. Foi o que aguentou a caixa até chegar a Alcains (mais de 300km).
O JMB parecia um homem novo, ao ver a bike a rolar novamente.
Entretanto tínhamos boas notícias da Filomena, a bike já rolava e estavam a caminho da Azambuja.
Depois do almoço, cerrámos os dentes e andámos cerca de uma hora a médias de 35km 40km/h
Conseguimos chegar à Azambuja 10min antes do comboio que trazia os 2 aventureiros.
E foi com grande satisfação que os vimos chegar com um sorriso do tamanho do mundo estampado nos rostos.
Seguimos sem intercorrências até cerca das 18h, altura em que depois dum pit stop para uma coca-cola começa a chover torrencialmente.
E assim foi até chegar a Santarém. Felizmente já tinha prevenido o dono da residencial de que íamos de bike e que chegaríamos um pouquito sujos.
O que ele não pensaria concerteza era na lástima em que nós iríamos chegar, depois de arrumar as bikes e do banho reconfortante, fomos aconselhados a ir comer que tinha uma tiras de touro na brasa que eram um sonho, acompanhadas por um tinto de qualidade.
Depois de uma passeata no Shopping fomos xonar para retemperar forças pró dia seguinte.
Amanhã sai o 2º dia...
Cumps, DV.
Pois é, ao passar pelas antenas da Marconi, o PGuedes ia à frente e não deu para perceber para onde tinha ido. O JMB ia mesmo à minha frente (no asfalto) e resolveu parar para me perguntar qual o caminho, eu ia tão distraído a olhar para o gps que quando olho prá frente o vejo parado, travo a fundo, o da frente foi mais eficaz e... cá vai égua...
resultado: dois riscos nos cromados da perna e braço. Felizmente a bike não se lesionou reza
Ora então vamos ao 2ºdia
À hora combinada (7.30h) começaram a sair da toca os aventureiros para ir buscar as bikes. O pequeno-almoço foi mesmo em frente à Residencial, numa pastelaria com um “Serviço” muito “Bom”, uma equipa simpática e eficiente.
Fomos às Portas do Sol apreciar as vistas, ainda tivemos de esperar uns minutos pois o parque só abria às 9h.
Depois das fotos e da lavagem de algumas transmissões, saímos em direcção ao Track, que afinal parece que saía mesmo das portas do sol.
Como tivemos oportunidade de passar pelo centro de Santarém, nada melhor que parar para umas fotos e vídeos em frente à Igreja/Catedral (?)
Aqui é que foi só rir, o Peregrino a fazer de Instrutor de Ginástica e o JMB a seguir-lhe os passos, nas escadas. E o mais engraçado mesmo, era ver a cara das pessoas a olhar para eles.
Por fim lá demos com o trilho já eram 9.40h.
Os primeiros km’s foram feitos nas calmas por asfalto, até que desviámos em direcção à Quinta Boquilobo onde entrámos em caminhos de terra e Lama.
As paisagens justificavam o esforço suplementar para evitar que as rodas ficassem atoladas. A Lezíria, os cavalos e o Tejo como fundo, faziam um cenário espectacular.
Após abandonar os trilhos na lama, seguimos por uns caminhos de terra mais sólida junto à linha do comboio, onde ainda tivemos oportunidade de transpor uns riachos.
Também houve um momento de pura navegação por GPS. O track desviava para a esquerda, mas não havia caminho (pelo menos aberto) entusiasmei-me e segui à risca o track com a bike à mão, foi desbastar ervas da minha altura e siga por aí acima até dar com a linha do comboio que passou no preciso momento em que estávamos a atravessá-la.
Como a fome já apertava, ao passar-mos por uma localidade com uma paragem de autocarros muito “sui generis” onde estavam três idosos, perguntámos ao Sr. José Pescador onde é que se podia comer bem e a bom preço, ele indicou-nos um restaurante e aí fomos nós.
Enquanto almoçávamos recebi um sms do Remi “A desejar uma boa viagem”.
Depois de retemperar energias, só parámos no Entroncamento, onde foram feitas as fotos da praxe. Já depois da saída, lavámos as bikes numa estação de serviço, se bem que ainda tivemos de “negociar” com o Sr. que lá estava e não queria que se sujasse o chão com lama, mas que depois de ver a bike do S.S. só com um braço na suspensão, ficou tão entusiasmado que até se esqueceu.
Entretanto pela 3ª ou 4ª vez desde que saímos do Cabo da Roca, falei com o Raptor que incansável me perguntava se estava tudo bem e se era preciso levar alguma coisa no dia seguinte pró Gavião. Como eu já estava sem pastilhas atrás pedi-lhe para me levar um par, o resto do pessoal ainda não precisava de nada.
Entretanto as minhas mudanças também estavam maradas, A 9ª não entrava e estavam a entrar todas uma acima, ou seja quando punha a 2ª ficava na 1ª e se tentasse por a 1ª a corrente passava prá roda. evil
Dali até Tancos foi um pulinho por asfalto, depois, já com o Castelo do Almourol à vista, arriscámos e em boa altura o fizemos, em ir por um caminho junto ao rio que o PGuedes tinha desencantado do google earth mas que dava a sensação de não ter saída.
Mas não, apesar de termos de andar uns metros a pé, dava para fazer de bike. As vistas eram soberbas. O pior foi a armadilha que o PGuedes me arranjou. Deixei-o seguir para lhe tirar umas fotos, ele lá de baixo diz-me: “Did este trilho é mesmo à tua medida”.
Eu nem hesitei, encaixo um pedal e aí vou eu... assim que começo a curva, era uma pequena ravina rodeada de arbustos... só tive tempo de travar com o travão da frente e escolher o lado para onde queria aterrar. Resultado: mais dois riscos prós cromados da perna.
Felizmente a bike não sofreu nada. Enquanto tirávamos as fotos com o castelo ao fundo, chegou um veículo da GNR e parou mesmo junto aos fotógrafos de serviço e de pronto ofereceram-se para o papel de repórteres. Claro que o S.S. preferiu o tripé, não fosse a máquina estragar-se.
Dizia um dos GNR’s, ah e tal, nós já vos tínhamos visto no Entroncamento... vêm de onde???? Vão pra onde??? “Eh pá isso é que é pedalar”.
E é daí que surge uma foto estranha do S.S. atrás do tripé a tirar uma foto, o Peregrino atrás do S.S. a tirar uma foto e o Fotógrafo “GNR” por sua vez a apanhar os dois em flagrante.
Seguimos para Constância, terra Natal de Luís de Camões onde saíram mais umas fotos pouco ortodoxas. Daí seguimos por uns caminhos agrícolas asfaltados em óptimo estado e que nos levaram até Rio de Moinhos.
Durante a subida para Abrantes, foi a vez da bike do PePe dizer que ou lhe davam assistência ou era capaz de ficar pelo caminho, pois o prato do meio já tinha entregue a alma ao criador. Os dentes estavam todos queimadinhos.
A Filomena sbia de uma loja de Bike’s algures em Abrantes (conhecimentos doutras travessias) então vai de perguntar onde ficava e aí fomos nós. Ao chegar à loja, ao estilo antigo, o PePe se perguntou tinham um prato, disseram que sim mas que não tinham tempo para o montar de momento.
Entretanto já eram quase 17h e ainda faltavam uns bons km’s para o Gavião.
Eis quando senão se houve uma voz: “Pede umas ferramentas que eu sei montar o prato”, era o Peregrino a falar. Haviam de ver o aparato à frente da loja, um a trabalhar seis a observar e sete bike’s do lado de fora da loja. O que é certo é que em menos de 15minutos a Bike do PePe já rolava novamente e ele já tinha um sorriso novo. O dono da loja??? Ainda hoje deve falar do que lhe aconteceu e da rapidez com que mudaram o prato à porta da loja.
De seguida fomos haviar umas tigeladas para ganhar energias prós últimos km’s que faltavam, e que km’s o PGuedes não nos avisou mas depois da Barragem do Pego tínhamos umas Paredes para subir por uns caminhos bastante acidentados, daquelas de fazer inveja ao “Monge”, “Penedo” ou “Sta Eufémia”, o pior é que nem nos lembrámos de abastecer de água em Abrantes e chegámos com os bidons vazios às últimas subidas.
Tal como na véspera, voltámos a ter uma subida no final da etapa. Por sorte encontrámos logo o Restaurante, chegámos cerca das 20.20h (estavam à nossa espera às 19h).
Foram muito prestáveis e para além de nos guardarem as bike’s ainda nos deixaram lavá-las. Seguimos a pé até à Residencial, banhinho e siga pró jantar com as roupinhas de turista de verão, mas com um frio de rachar.
O jantar, bem o jantar nem vos digo, havia entradas..., mas quando veio a sopa de peixe, assim que provei a 1ª colher..., foi um autêntico “êxtase” gastronómico... todas as papilas gustativas a captar aqueles paladares, ainda fico com água na boca só de pensar na sopinha. AHHhhh mas ainda houve o lombo de porco com ananás assado e o vinho que também estava uma bela pomada.
Durante o jantar ainda voltei a falar com o Raptor, já haviam mais pastilhas que tinham entregue a alma ao criador, ele ficou de trazer dois pares que costuma ter de reserva para desenrascar o pessoal.
Para desmoer fomos até um bar/pub que por ser de fumadores inicialmente não estávamos para entrar, mas após alguma insistência lá entrámos. Haviam de ver a rapaziada a olhar para nós. Havia de tudo, desde os que tinham calças e camisolas de manga comprida, até aos que tinham calções e chinelos de enfiar o dedo. Ainda deu para ouvir um comentário “E eu aqui cheio de frio...”
Entretanto fomos até à nossa casinha, onde tínhamos deixado a roupa a secar com a ajuda do ar condicionado. Já estava toda sequinha. Depois de uns minutos de tv foi xonar a pensar já no pequeno-almoço reforçado (que estava encomendado).
3ºdia
Às 07.00h tocou o despertador do telemóvel. A 1ª reacção foi espreitar para a janela para ver como estava o céu.
Haviam umas nuvens mas o sol espreitava.
Depois de fechar as mochilas pela última vez, descemos para tomar o Pequeno-almoço reforçado (esparguete, ovos mexidos, queijo, fiambre, manteiga, doce de ameixa, doce de morango e ainda galão ou sumo).
Entretanto o pessoal dos Papa Léguas de Alcains já tinham chegado, feitas as apresentações e os cumprimentos, ficaram muito admirados com o nosso apetite matinal. Mal sabiam o que já tinhamos comido na véspera.
Aliás houve um certo elemento do grupo, que não acuso, que passou desde o 1º dia a dizer... eu nunca costumo comer tanto nestas travessias... mas o que é certo é que nunca se negava
Seguimos para a garagem onde as bike’s tinham pernoitado. Felizmente o Raptor tinha trazido as pastilhas de travão para a minha bike e fez o favor completo, colocou-as com a ajudo do AC. As mudanças foi o meu mecânico de serviço e melhor pupilo (e único) o PGuedes que as afinou.
Mas foram muitas a receber atenções antes da derradeira etapa, eram só mecânicos.
Quando já estávamos a terminar, caiu uma tromba de água que até assustava. A cara do dono da garagem tinha uma expressão que parecia dizer: “Que maluquinhos com este tempo, nem de carro saio de casa”.
Felizmente houve uma aberta e resolvêmos aproveitar a benesse do S.Pedro.
Esta etapa foi desenhada com a participação de 3 BTTistas, o PGuedes (navegador oficial da Travessia), o Pequito e ainda o AC (Cabaço), era a etapa com maior certezas que íamos fazer que é como quem diz a que tinha menos intervenções do google earth.
E foi sem dúvida aquela que menos percentagem de asfalto teve. Era só trilhos e mais trilhos. E então os primeiros foram sempre a rolar até Arez.
Aí começaram as travessias das ribeiras, foi um show de água quando as bike’s as passavam em alta velocidade e molhavam os fotógrafos/camera man’s.
O S.S. atravessou-a 3 vezes para ficar no vídeo, na 1ª ficou como repórter, depois também queria ficar no filme mas não me deu tempo para ligar a camera (tinha de se poupar bateria) e só à 3ª é que foi de vez.
Não sei bem em que parte foi, mas o que é certo é que a bike do PGuedes tinha o parafuso que fixava o veio da suspensão partido, o que provocava uma chiadeira terrível e para além disso corria sempre o risco de saltar.
Mas como ela andava, siga pra Alcains que é já ali...
Dali seguimos por trilhos, aldeias meio perdidas e até por uma herdade com cerca electrificada onde haviam porcos pretos à solta. Claro que tivemos o cuidado de abrir e fechar sempre as cancelas à nossa passagem.
Até que começámos a avistar as Portas do Ródão ao longe, mas antes de lá chegar ainda tivemos o prazer de apreciar as vistas ensolaradas das ravinas que eram serpenteadas por um dos afluentes do Rio Tejo.
Só que como diz o ditado, “Não há descida que sempre dure, nem subida que nunca acabe.” Assim foi, depois de umas valentes descidas, apareceu-nos uma senhora paredeeeee que nos levava até ao cume das Portas do Ródão pelo lado oposto ao do Castelo (mais perto de Espanha).
Deu para fazer cerca de ½ a 2/3 da subida mas depois era impossível mesmo. Até a pé custava. Entretanto o pneu traseiro (tubeless) do JMB furou quase a chegar ao cume.
Estávamos tão entusiasmados com a dureza da subida e com o calorzinho que estava que nem nos apercebemos de umas nuvens negras/pretas/escuras/medonhas que se aproximavam rapidamente, e não é que ainda estávamos suados da subida quando desta a chover copiosamente, como se o céu desabasse. Apenas havia um pinhal pequeno que pouco abrigava, apenas dava para cortar um pouco o vento.
Como tínhamos o furo para resolver e no fim da descida já ficava Vila Velha de Ródão, resolvemos que ficaria eu e o Peregrino com o JMB para o ajudar e que os restantes seguiriam de imediato com a AlgelFish (tinha GPS).
Penso que foi a mudança mais rápida a que assisti, o JMB impávido a olhar para o seu tubeless, o Peregrino a tirar o pipo e a colocar a câmara de ar, eu a dar à bomba (óptima estratégia para não gelar). Assim que vimos a bike a rolar, foi soltar os travões e vir por ali a baixo pelas regueiras que entretanto eram pequenos riachos. O Peregrino ainda teve um encontro imediato com um arbusto, mas felizmente não foi ao chão.
Quando chegámos a Vila Velha de Ródão ainda fizemos mais uns 500m a subir, pois o GPS bloqueou antes da passagem de nível e ainda subimos um bocadito para aquecer...
O hilariante foi quando chegámos ao restaurante, pura e simplesmente escorríamos água como se tivéssemos levado com um balde de água pela cabeça. O que vale é que os toalhetes eram bem absorventes e até deram para secar o cabelo.
Depois foi retemperar energias com uma sopinha, bifana, coca-cola, mousse de chocolate e café, se bem que houve outros menus.
Felizmente a chuva parou e até apareceu o sol quentinho, que bem que soube.
Ainda aproveitámos uns carrinhos claros que ali estavam ao sol e que refletiam o calor (deram para secar as luvas e outras roupas).
Como V.V. Rodão fica num vale, para sair tivemos de passar por outra parede, mas desta vez com bom piso, permitindo fazê-la sempre a pedalar.
Seguimos em direcção a Sarnadas do Ródão onde ainda tentámos resolver o problema do desviador traseiro do JMB que não descia as mudanças (só subia), teve de se desenrascar apenas com as 3 mudanças da frente e em single atrás até Alcains.
Tivemos o prazer de fazer trilhos espectaculares ao chegar a Benquerenças-velha aldeia abandonada onde o Peregrino e a AngelFish fizeram questão de reservar uma moradia.
Como o tempo apertava tivemos de nos fazer novamente aos trilhos, ainda tivemos oportunidade de atravessar uma ribeira, que segundo o AC quando lá passou apenas molhava o pneu e agora dava pelos joelhos.
Depois só faltava a última subida digna desse nome para testar as últimas reservas de energia. A subidinha foi mais uma prova superada.
Entretanto depois de mais uns sobe e desce pouco acentuados começámos a aproximar-nos de Alcains. De repente lembrei-me de um pormenor importantíssimo: As Caganitas de Ovelha® , peguei no telemóvel e liguei ao Jorge da Tapada das Sortes. Felizmente ainda lá estava e prontificou-se a passar pela Quinta dos meus pais e deixar lá uma encomenda.
O Raptor a muito custo conseguiu negociar os banhos que inicialmente estavam previstos para até às 19h, para as 19.15 no máximo mas teríamos de sair até às 19.30h.
Apenas fizemos uma alteração ao track nos últimos 5km de forma a ser mais rápidos.
Aqui foi quando assisti a uma lição de psicologia que faria inveja a qualquer psicólogo. O Webibinho deve ter emprestado os livros ao S.S.
O PGuedes que até então só se vinha a queixar da bike por causa da suspensão e do parafuso partido e que estava cansado porque há 60km que vinha a fazer um esforço redobrado, ouviu não sei bem o quê do S.S. e o que é certo é que vociferou qualquer coisa arrancou em talega e nunca mais o vimos, só à entrada de Alcains é que o apanhámos
Como tinha de lá estar impreterivelmente alguém no local dos banhos, o PePe foi com o Raptor para a Escola Secundária. Entrámos em Alcains pela zona de Santa Apolónia, Quinta da Pedreira e finalmente chegámos à Escola eram 19.35h.
O meu sentimento ao passar junto da Escola Primária onde estudei 4 anos foi um momento indescritível, só me apetecia pedalar sem mãos no guiador e desfrutar de cada pedalada
Assim que entrámos nos últimos metros, lembro-me do cumprimento do JMB a dar-me os parabéns. Nem sabia o que havia de dizer... Estava cumprido o sonho. Estava em CASA.
AHHhhh ainda sobre os banhos, o PePe falou com a namorada que é de próximo de Alcains e pediu-lhe para trazer toalhas para o pessoal que não tinha contado com o último duche. Conseguimos sair às 20h do balneário.
Dali seguimos para os 2 últimos km’s até minha casa, onde nos iriam buscar para o jantar da comemoração. Haviam de ver a pinta do pessoal, de chinelos de praia, roupinha de passeata, a pedalar pelo centro da Vila, ainda vi a mãe do Carlitos dos Papa Léguas.
Quanto ao jantar, só posso dizer que foi um jantar como os meus pais já me habituaram, quem já lá esteve sabe a que me refiro.
AH mas desta vez o meu pai assustou-se, pois acabámos com o stock que ele tinha previsto para aquela noite.
A todos os que me acompanharam ao longo dos 3 dias, aos que estiveram no 1º e aos que estiveram no 3º, a todos o meu Bem Haja.
AHHHHhhhhhhhh a Travessia Alcains - Cabo da Roca 2009 já mexe.
Para terminar: Um brinde ao ProjectoBTT que permitiu que nos conhecêssemos
(imaginem o brinde com vinho)
Cumps, DV.
VIA MARIANA 19
-
* Quem nunca subiu a uma árvore não sabe o tamanho da Floresta*
*29Jul19 - Braga- Mosteiro do Bom Jesus-Sameiro-Cascata Portela Homem-Soajo
100km*
...
Sem comentários:
Enviar um comentário